O Fórum Económico Mundial apresentou nesta segunda-feira, em antecipação à reunião anual de Davos (Suíça) onde irão estar alguns dos principais líderes políticos e económicos, a segunda edição do índice que criou no ano passado e que quer substituir o Produto Interno Bruto (PIB) como principal medidor do desenvolvimento dos países: o Índice de Desenvolvimento Inclusivo (IDI). Apesar de uma melhoria ligeira, face a 2017, Portugal continua entre os piores países desenvolvidos nesta métrica.
Só a Grécia, com 3,70 pontos, aparece abaixo de Portugal na lista de 30 países desenvolvidos que foram avaliados à luz de uma equação entre crescimento económico, igualdade e sustentabilidade. Para Singapura, não existem dados, pelo que Portugal ocupa o mesmo 28º lugar que tinha no ano passado, apesar de o índice ter subido de 3,94 pontos para 3,97 pontos.
O índice tem por base uma escala entre 1 e 7, sendo que 1 é o pior e 7 o melhor. A Noruega (6,08 pontos), a Islândia (6,07) e o Luxemburgo (6,07) ocupam os lugares cimeiros neste ranking. No top 10 estão, também, a Suíça, Dinamarca, Suécia, Holanda, Irlanda, Austrália e Áustria. Já no fundo, além da Grécia, Portugal tem a companhia de Itália, Espanha, Israel, Japão e Estados Unidos da América.
Onde Portugal regista uma melhoria mais significativa, entre os dados de 2017 e a análise de 2018, é na tendência a cinco anos, que é calculada em variação percentual comparando os últimos cinco anos. Na comparação entre 2012 e 2016, Portugal aparece com um registo de -1,42, ao passo que no ano passado (que olhava para 2011-2015) o indicador de tendência recente era ainda menos favorável, com -4,61.
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Este é a segunda edição deste indicador, divulgado pelo Fórum Económico Mundial, que serve como ferramenta para sensibilizar os responsáveis políticos para não se concentrarem demasiado no Produto Interno Bruto (PIB) como medidor do desenvolvimento, já que essa métrica não contempla fatores relacionados com a sustentabilidade ambiental e a igualdade social.
“Várias décadas a prioritizar o crescimento económico em detrimento da igualdade social levaram a níveis historicamente elevados de desigualdade na riqueza e nos rendimentos”, escreve o Fórum Económico Mundial no relatório divulgado esta segunda-feira. A consequência é que “os governos desaproveitaram um círculo virtuoso em que o crescimento poderia ter sido mais fortalecido por ser mais dividido por todos, sem prejudicar o ambiente ou onerar as próximas gerações em demasia”.
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