O presidente da Junta de Freguesia da Estrela chama-lhe “fenómeno Urban” e até já mudou as rubricas orçamentais: a receita com “licenciamento” e “coimas” aumentou de forma significativa no orçamento da junta para 2018 a contar com os valores cobrados à polémica discoteca. O presidente Luís Newton anunciou, na terça-feira à noite, na Assembleia de Freguesia que, por não ter pago licenças, a junta tem uma dívida a cobrar à discoteca: “Do estudo que fizemos com a câmara, o Urban deve 300 mil euros à Junta de Freguesia da Estrela em licenças não pagas. Está a operar sem licença desde 2012 e já se iniciou o processo contra-ordenacional”.
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Luís Newton não conta cobrar o valor todo de um vez, mas tanto a rubrica do licenciamento como a rubrica das coimas sobem à boleia do que chama de “fenómeno Urban”. As receitas da junta — que no total rondam os cinco milhões de euros — com licenciamento sobem de 170 mil euros para 280 mil euros. O presidente de junta revelou ainda que “a última licença passada ao Urban rendeu 40 e tal mil euros”. O mesmo acontece com a rubrica referente a coimas, que passa de 50 mil para 120 mil euros (na expectativa de conseguir fazer já parte da cobrança ao Urban).
Já o administrador do grupo K, que gere a discoteca Urban Beach, Paulo Dâmaso disse ao Observador que não está “em condições de poder confirmar neste momento quaisquer valores e mesmo os procedimentos em questão, porque se tratam de aspetos que estão em análise, até porque se ligam com as transferências de competências que ocorreram no passado para as juntas de freguesia”.
A discoteca reabriu no dia 27 de janeiro, após ter estado fechada durante quase três meses, na sequência de um vídeo em que dois jovens foram agredidos de forma violenta por seguranças. A discoteca Urban Beach obteve no dia 24 de janeiro autorização do ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, para reabrir. No mesmo dia o Comando Metropolitano de Lisboa da PSP e a Autoridade Nacional de Proteção Civil garantiu que foram implementadas as condições de segurança exigidas aos proprietários do espaço para receber o público.
“Finalmente em casa, puto!” O Urban voltou a abrir e nós fomos lá espreitar