Um ataque do grupo ‘jihadista’ Boko Haram feito há dois dias a uma escola feminina em Dapchi, na Nigéria, resultou no desaparecimento, até agora, de 50 meninas, anunciaram esta quarta-feira as autoridades.
Aquando do ataque, estavam presentes 889 estudantes, avança a agência noticiosa AP.
Enquanto as forças militares e de segurança prosseguiam as buscas na zona, o porta-voz do governo, Abdullah Bego indicou que as autoridades ainda não têm a certeza se as estudantes desaparecidas foram sequestradas.
Contudo, a polícia disse que o assalto levado a cabo na manhã segunda-feira poderá não ter sido bem-sucedido, com os atacantes a não conseguirem sequestrar as estudantes, que fugiram com os professores pela floresta.
Os atacantes saquearam a escola e levaram comida antes de fugir da cidade, escreve a agência EFE.
O ataque, ocorrido no Estado de Yobe, é semelhante ao conduzido em abril de 2014 a outra instituição feminina, fazendo recordar o sequestro de mais de 200 raparigas, também pelo Boko Haram, na cidade de Chibok, no vizinho Estado de Borno.
Cerca de 100 das raparigas sequestradas foram libertadas, mas 112 continuam ainda em cativeiro.
A população pressiona o Presidente nigeriano, Muhammadu Buhari, para que tome uma posição sobre este novo episódio, para assegurar que não aconteça uma situação semelhante à ocorrida em 2014.
A Nigéria viu um aumento de ataques suicidas nos últimos meses, apesar da diminuição da presença do grupo em alguns dos territórios, resultado das operações realizadas pelas forças de segurança do país.
O grupo ‘jihadista’ passou assim a adaptar os ataques, perpetrando ações em pontos fracos como locais de oração, escolas e campos de refugiados.
O Boko Haram, cujo nome significa “a educação ocidental é pecado”, luta pela imposição de um Estado islâmico na Nigéria, um país predominantemente muçulmano no norte e maioritariamente cristão no sul.
Desde o espoletar da actividade da organização na região, em 2009, mais de 20 mil pessoas morreram.
As Nações Unidas apontam que cerca de 1,6 milhões de pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas, com 4,7 milhões a precisar urgentemente de assistência alimentar.