O presidente da Rússia, Vladimir Putin, exigiu uma “pausa humanitária” diária para permitir à população da Síria fugir dos conflitos em Ghouta. A pausa vai começar na terça-feira. A medida chegou depois de o governo sírio ter intensificado os bombardeamentos nas áreas dominadas pelos rebeldes: numa semana morreram 540 pessoas à conta desses bombardeamentos.
A pausa humanitária já tem horário marcado: a partir de terça-feira, todos os dias haverá um “corredor humanitário” entre as nove da manhã e as duas da tarde que permitirá aos civis fugirem da zona dos conflitos. Ainda não há mais pormenores acerca desse processo, mas o ministro da Defesa russo Sergei Shoigu prometeu mais informações em breve.
O período de tréguas para ajuda humanitária em Ghouta Oriental, região ocupada por rebeldes que combatem o regime de Bashar al-Assad, foi votada, por unanimidade, pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, no sábado.
A resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas pediu um cessar fogo “sem demora” para permitir a ajuda humanitária durante um mês. O texto foi negociado durante duas semanas para ter a concordância da Rússia, aliado do regime sírio.
O ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, disse esta segunda-feira que o cessar-fogo na Síria só vai acontecer quando todos os beligerantes concordarem nas formas de o aplicar em todas as regiões em guerra no país “para garantir que a cessação das hostilidades é total e se aplica a toda a Síria”.
“Aqui dificilmente há espaço para interpretações, nem pode haver interpretações sobre a quem se estende a trégua proposta”, frisou.
MNE russo diz que cessar-fogo na Siria só com todos de acordo para todas as regiões
Organizações médicas e de defesa dos direitos humanos dão conta de que os ataques na Síria, nomeadamente em Ghouta Oriental, continuam, ou seja, o cessar fogo aprovado sábado não entrou efectivamente em vigor.