Uma estátua de Harvey Weinstein, sentado num sofá, vestido apenas com um roupão e com um Óscar na mão, foi colocada temporariamente no Passeio da Fama, junto ao edifício onde irá decorrer a cerimónia dos Óscares este domingo.
O projeto “Casting Couch” é uma colaboração entre o artista de rua Plastic Jesus, conhecido pelas críticas sociais com tom humorístico que apresenta nas suas obras, e o ‘designer’ “Ginger” Monroe, famoso pela figura nua de Donald Trump que criou em 2016.
O artista anónimo Plastic Jesus explicou que o título da peça descreve a exigência de trocas de favores sexuais por trabalho que ainda “fazem muito parte da cultura de Hollywood”, segundo a Associated Press.
A escultura em tamanho real, colocada na quinta-feira na Hollywood Boulevard, visa destacar a crise de má conduta sexual que tem acompanhado a indústria do entretenimento, representada pelo ex-produtor, referiu o artista.
Plastic Jesus salientou ainda que considera que há muitos motivos para celebrar Hollywood nos Óscares, mas há uma “escuridão que acompanha esta indústria” que por vezes é ignorada.
A obra, feita de fibra de vidro e resina acrílica num processo que durou dois meses, vai estar exposta durante o fim de semana, e já está a ser alvo de ‘selfies’ e usada como uma instalação interativa.
Para o autor, este tipo de interação é uma forma de expandir o simbolismo que a estátua carrega, sendo que “para muita gente aspirante à carreira de ator, seria um sonho poder estar perto de Harvey”, mas “a realidade é que se tornou um pesadelo para muitos”.
Harvey Weinstein foi afastado da sua produtora em outubro do ano passado no seguimento de várias denúncias públicas de assédio e abuso sexual por dezenas de mulheres no meio cinematográfico.
Dezenas de mulheres, incluindo as atrizes Angelina Jolie, Gwyneth Paltrow, Mira Sorvino, Ashley Judd, Léa Seydoux, Asia Argento e Salma Hayek denunciaram uma série de episódios diferentes, que vão desde presumíveis comportamentos sexuais abusivos a acusações de violação por parte do produtor Harvey Weinstein, galardoado com um Óscar pela produção de “A Paixão de Shakespeare” (1998).
Desde que foi divulgado o caso, vários escândalos relacionados com acusações de assédio, agressão sexual e até mesmo de violação foram denunciados em vários países do mundo.