Três minutos, 59 segundo e 4 décimas de segundo. Morreu Sir Roger Bannister, o primeiro homem a correr uma milha (1,61 quilómetros) em menos de quatro minutos, o que à época era visto como algo impossível para um ser humano. Foi em Oxford, em 1954. E foi também em Oxford, no Reino Unido, que Bannister “morreu, em paz, no dia 3 de março, com 88 anos de idade, rodeado da família que era tão amada por ele quando ele era amado por ela”.
Pouco mais de um mês depois do feito de Bannister, inédito na altura, outro atleta também conseguiu correr uma milha em menos de quatro minutos, mas o lugar de Bannister na história do atletismo não desapareceu, por isso. Roger Bannister acabaria por ganhar a medalha de ouro nos Jogos da Commonwealth, a correr esta mesma distância, e acabou por ter uma carreira longa como médico neurologista.
All at British Athletics are incredibly saddened by the passing of Sir Roger Bannister at the age of 88.
A legend in every sense of the word. pic.twitter.com/m7y5dACB4n
— British Athletics (@BritAthletics) March 4, 2018
Está disponível no YouTube a filmagem da corrida de Bannister, em Oxford.
Diagnosticado com doença de Parkinson em 2011, Bannister fez estudos e carreira precisamente na área da neurologia. Só se iniciou no atletismo aos 17 anos, treinando nos tempos que os estudos de Medicina deixavam livres. Acabaria por aproveitar os conhecimentos médicos para definir o seu próprio regime de treino e estudou de forma aprofundada a mecânica física da corrida, sempre com o objetivo de correr uma milha em menos de quatro minutos. Depois de duas tentativas falhadas em 1953, acabou por consegui-lo no ano seguinte, no campo desportivo de Iffley Road, em Oxford.
“Não há um atleta da minha geração que não tenha tido em Bannister uma inspiração”, comentou Lord Coe, o presidente da federação internacional de atletismo (a IAAF) — ele próprio que, em 1981, correu uma milha em 3 minutos, 47 segundos e 33 centésimas. “Hoje é um dia de luto para o nosso país e para o atletismo”, acrescentou Lord Coe, sublinhando “os feitos de Bannister na pista e fora dela”.