“Meter” energia eléctrica dentro de uma bateria o mais rápido possível, para não fazer o condutor esperar, é uma manobra que exige duas características que caminham em paralelo. Por um lado, as baterias têm de apresentar características que lhes permitam lidar com potências de carga mais elevadas, sem aquecer excessivamente e se degradar, e por outro tem de existir um carregador que forneça energia com essa potência.
Hoje, a maior velocidade de carga disponível no mercado é pertença da Tesla, pois enquanto os restantes fabricantes de automóveis eléctricos entendem que carga rápida é sinónimo de 50 kW – a que existe nos postos deste tipo disponíveis em Portugal e no resto da Europa –, o fabricante americano, porque recorre a baterias com maior capacidade e quer agilizar esta operação aos seus clientes, criou uma rede daquilo que denomina superchargers, capazes de atingir uma potência de 120 kW.
Mas parece que a liderança da Tesla está por um fio. Os fabricantes germânicos, os grupos VW, BMW e Daimler, a que se juntou a Ford Europa, criaram a Ionity, uma rede de distribuição europeia a 350 kW, potência de que a portuguesa Efacec fabricou o primeiro carregador comercial do mundo. Além dos novos modelos, o Salão de Genebra serviu igualmente para a Ionity revelar ao público como vão ser os postos que está a desenvolver, todos eles com várias estações de carga.
À semelhança do que aconteceu com os Tesla e as suas grandes baterias, são os veículos eléctricos com acumuladores de maior capacidade que mais beneficiam da carga mais rápida, modelos a quem uma maior potência pode significar recarregar numa questão de minutos, em vez de umas aborrecidas horas. É claro que todos os modelos dos diferentes fabricantes, com destaque para a Volkswagen, cujos carros a bateria serão os primeiros a aparecer, podem usufruir dos serviços destes novos megacarregadores, mas eles foram especialmente concebidos para os topo das diferentes gamas e os veículos mais desportivos, ou seja, todos os modelos da Porsche.
De caminho, a Ionity está igualmente a tentar estabelecer o padrão para megacarregadores, sistemas que podem fornecer a um modelo com uma bateria com mais de 100 kWh, 80% da sua carga (que lhe deverá dar para cerca de 400 km) em apenas 15 minutos.
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