A atriz francesa Stéphane Audran, atriz ‘fétiche’ de Claude Chabrol, ex-mulher do realizador francês, premiada por “O charme discreto da burguesia”, de Buñuel, morreu esta terça-feira, aos 85 anos, informou o seu filho e também ator Thomas Chabrol.
A carreira da atriz ficou marcada por papéis importantes na década de 1970, com filmes como “O carniceiro” e “Núpcias vermelhas”, de Claude Chabrol, e “O charme discreto da burguesia”, de Luis Buñuel, vencedor do Óscar para melhor filme estrangeiro em 1973.
Nos anos 1980, a atriz regressou, de forma efémera, ao cinema, em “A festa de Babette”, do dinamarquês Gabriel Axzel, que também arrecadou o Óscar para melhor filme estrangeiro em 1988.
Nascida a 8 de novembro de 1932, em Versailles, Stéphane Audran foi casada com Claude Chabrol, entre 1964 e 1980, que a dirigiu em 24 filmes, e com Jean-Louis Trintignant, entre 1954 e 1956.
Dois prémios da Academia Britânica de Cinema e Televisão (BAFTA), pelo desempenho em “O charme discreto da burguesia” e “Juste avant la nuit”, constam do currículo da atriz, que esteve também nomeada para o mesmo prémio em 1973 e 1989, pelo desempenho em “O carniceiro” e “A festa de Babette”, respetivamente.
A sua personagem em “Violette Nozière”, também de Claude Chabrol, valeu-lhe o César para melhor atriz em 1979.
Nos anos de 1980, fez ainda parte do elenco de “O sargento da Força 1”, de Samuel Fuller.
“O grito do mocho”, “As boas mulheres”, “O tigre ataca”, “As rivais”, “A mulher infiel”, “Remorso”, “Sem destino aparente”, “O adolescente”, “Os banqueiros”, “Morte de um canalha”, “A gaiola das malucas” (I, II e III), “Entre o amor e o medo” e “Correspondência violada” constam da fotografia da atriz que participou também em séries filmadas, entre as quais “Reviver o passado em Brideshead”, e em filmes para televisão.
Anne Fointaine, Jean-Marie Poiré, Bertrand Tavernier, François Villiers, Gabriel Aghion foram outros realizadores que a dirigiram.
“Stéphane foi incrível a interpretar mulheres livres e independentes como ela era na vida. Dirigi-a em ‘As Estações do Prazer’, com Sylvie Joly. Muitos realizadores se apaixonaram por ela e depois casou-se com Claude Chabrol, que a tornou na sua atriz favorita. Ela era muito amada”, disse o realizador Jean-Pierre Mocky, à agência France Presse.
Em finais de 2017, foi retomada a pós-produção do filme inacabado de Orson Welles – “The other side of the wind” -, no qual a atriz tem um pequeno papel.