António Bernardo Coelho é um engenheiro eletrotécnico que só descobriu o gosto pela fotografia há oito anos, quando estava em Cuba na viagem de lua de mel: “Foi nesta altura que comprei a minha primeira máquina, uma máquina digital compacta da Sony. Talvez tenha trazido comigo cerca de 630 imagens, numa perspetiva de turismo e de lembrança da data e do local”, recorda ele ao Observador. Desde então, António apurou o olho para a fotografia, atualizou o material que utiliza e foi conquistando prémios pelo caminho. Agora ganhou um prémio Sony World Photography que mostra ao mundo o que de melhor se fotografa em quase 70 países do planeta.

A imagem com que António Coelho, natural da freguesia de Recarei em Paredes, conquistou a Sony mostra um homem a olhar para a imensidão de uma floresta onde as sombras das árvores são interrompidas pelos raios de sol. Numa das manhãs de outono em que António saiu de casa para caminhar na floresta junto a casa para fotografar cogumelos, deparou-se com um cenário que não quis esquecer: “Ao passar junto a um aglomerado de pinheiros e carvalhos, para lá do nevoeiro, a luz pareceu-me interessante, captou o meu olhar pelo efeito que fazia a passar pelo meio das árvores”, conta. Por isso, pousou a câmara e preparou-a: “Solidão” passaria a ser um autorretrato.

Não é que a solidão atormente António Coelho, pai de uma menina de seis anos que herdou a veia fotográfica: “Queria transmitir uma ideia ou uma mensagem. Na realidade, é algo que afeta muito a sociedade. Basta pensarmos no efeitos das redes sociais e no quase relacionamento das pessoas sem um contacto frontal”, explica. Depois de olhar para ela, António quis convertê-la numa imagem monocromática: “Costumo ser bastante seletivo nas imagens que converto para preto e branco. Neste caso, ao processar a imagem, a ideia de o fazer suscitou algo interessante porque o contraste e a luz pareceram-me ideiais para explorar o tema”, conta.

Com este mote em mente, António já venceu e foi indicado em menções honrosas de concursos tão famosos como o PX3, o International Photographer of the Year, Monovisions ou o Monoawards. Em outubro de 2017 ganhou o primeiro lugar no Xposure 2017, pelo qual foi aos Emirados Árabes unidos buscar um prémio em dinheiro e novo equipamento. Mas o prémio Sony é o mais especial de todos: “Este é o mais marcante ao nível da fotografia porque revela grande exposição internacional. É igualmente uma enorme satisfação e orgulho ser um dos escolhidos dentro da elevada quantidade de imagens a concurso. Espero que seja uma porta aberta para um maior reconhecimento dos meus atuais trabalhos. E de futuros, que venha a apresentar”.

Conheça algum do portefólio de António Bernardo Coelho na fotogaleria. E aproveite para saber mais no site Olhares, no 1X e no Fine Art Portugal.

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