Há oito anos, Steve Jobs já tinha alertado para os problemas de privacidade na internet. Em 2010, o fundador da Apple defendeu que a proteção dos dados dos utilizadores deveria ser “sagrada” para empresas como a Google e o Facebook. Mark Zuckerberg, fundador e CEO da maior rede social do mundo, estava na audiência.

Aliás, ao ler o que Jobs disse há oito anos, parece que o fundador da marca da maçã estava a tentar avisar Zuckerberg sobre possíveis problemas no futuro. A opinião é verdadeiramente importante agora, numa altura em que o Facebook está sob fogo devido ao escândalo que envolve a Cambridge Analytica e a utilização de dados dos utilizadores na campanha de Donald Trump.

Privacidade significa que as pessoas sabem o que estão a fazer, em inglês simples e repetidamente. Eu acredito que as pessoas são inteligentes e algumas pessoas querem partilhar mais dados do que outras. Perguntem-lhes. Perguntem-lhes sempre. Façam com que eles vos digam para parar de perguntar se ficarem cansados. Deixem que saibam precisamente o que vão fazer com as suas informações”, defendeu Steve Jobs em 2010, na conferência All Things Digital, organizada pelo Wall Street Journal.

A CNN recorda que, na época, o fundador da Apple “puxou a brasa à sua sardinha” e deu o exemplo do iPhone. Os utilizadores do telemóvel têm de aprovar o acesso de todas as aplicações a informações de localização – e podem, a qualquer altura, desativar essa opção.

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Em entrevista à CNN na semana passada, Mark Zuckerberg pediu desculpa pelo caso Cambridge Analytica. “Se me dissessem, em 2004, quando criei o Facebook, que ia estar preocupado com a defesa da democracia, não ia acreditar”, disse o líder do Facebook. “Temos uma grande responsabilidade nisto”, referiu, mencionando que “vêm aí grandes eleições nos Estados Unidos da América, Índia e Brasil já em 2018“. O criador da plataforma afirmou ainda que tem “a certeza que alguém vai tentar manipular as eleições para o congresso americano” através de “novas táticas”. Para resolver isso, Zuckerberg garantiu que o Facebook já está a testar ferramentas de inteligência artificial para impedir que várias notícias falsas se propaguem.

Mark Zuckerberg: “Lamento mesmo que isto tenha acontecido”