O porta-voz do CDS-PP, João Almeida, defendeu esta quinta-feira que o problema na cultura permanece, apesar de o primeiro-ministro ter tentado resolvê-lo através de uma carta aberta, para ficar “bem na fotografia”. “Aquilo que o senhor primeiro-ministro tentou fazer, numa iniciativa verdadeiramente pioneira, foi tentar resolver um problema por carta aberta – e isso é a todos os títulos extraordinário – , atirando com pouco mais de dois milhões de euros para cima de um problema do primeiro-ministro, mas o problema na cultura ficou”, defendeu João Almeida.
João Almeida falava aos jornalistas na véspera de um debate de atualidade sobre “os problemas no setor da cultura” marcado pelo CDS-PP para sexta-feira no parlamento. “O que há neste momento é um novo regime que teve determinadas consequências e há uma contestação quer ao regime quer às suas consequências. É necessária uma discussão séria, não haver aqui uma espécie de jogo de culpas entre o Ministério da Cultura, que é praticamente inexistente, e o primeiro-ministro, que tem a única preocupação de ficar bem na fotografia”, argumentou.
O primeiro-ministro anunciou, numa carta aberta, um novo reforço de 2,2 milhões de euros, este ano, no financiamento do programa de apoio às artes, atingindo agora 19,2 milhões de euros, valor que afirmou ultrapassar o referencial de 2009. Na primeira reunião da comissão política do CDS após o Congresso do partido, que decorreu a 10 e 11 de março em Lamego, João Almeida adiantou que os centristas ainda não definiram uma posição face a uma eventual proposta de referendo à eutanásia.
Questionado sobre a nova lei da paridade, o porta-voz centrista recusou que haja qualquer polémica no partido, sublinhando que a líder, Assunção Cristas, assumiu que a sua posição favorável pode não ser maioritária. “Não há qualquer polémica sobre essa matéria. A presidente do partido já transmitiu qual era a sua posição, já houve votações anteriores sobre outras matérias relativas a paridade em que o grupo parlamentar teve liberdade de voto”, disse, referindo que o tema não foi discutido na comissão política.
Na reunião, afirmou, foi feita a “análise da situação política”, no âmbito da “oposição acutilante e representativa” que o CDS pretende fazer ao Governo, e também da preparação das eleições legislativas e europeias. No âmbito da preparação do programa das eleições europeias, os candidatos que são conhecidos – Nuno Melo, Pedro Mota Soares, Raquel Vaz Pinto e Vasco Weinberg -, estão a “trabalhar em equipa” e na próxima semana decorrerá mais uma conferência sobre questões europeias, que terá a participação do antigo presidente do partido Adriano Moreira.