As farmácias devem começar a realizar testes rápidos de rastreio ao VIH/sida e hepatites B e C a partir do verão, após um processo de formação aos profissionais, segundo estimou esta quinta-feira a bastonária da Ordem dos Farmacêuticos.
Ana Paula Martins explicou que a Ordem esteve a trabalhar numa proposta de formação e qualificação dos farmacêuticos para a realização daqueles testes, que ainda tem de ser aprovada dentro da própria associação profissional.
“Até ao verão teremos seguramente condições para iniciar o processo”, afirmou a bastonária aos jornalistas, no final de uma visita da secretária de Estado da Saúde, Rosa Valente Matos, a uma farmácia em Lisboa para apresentar algumas das novas funcionalidades que as farmácias passarão a ter.
Uma dessas novidades é a realização de testes rápidos de rastreio ao VIH/sida e às hepatites B e C, sem necessidade de prescrição médica, segundo uma portaria publicada no mês passado. A bastonária indicou que serão os farmacêuticos a realizar esses testes, após formação e qualificação que será assegurada pela própria Ordem.
A Ordem está ainda a analisar a proposta de despacho que define o processo que envolve a realização destes testes rápidos ao VIH e hepatites, a respetiva referenciação dos casos reativos para o Serviço Nacional de Saúde (SNS), não só para confirmação do diagnóstico, mas para todo o processo de cuidados.
Uma portaria publicada esta semana em Diário da República, que entra em vigor dentro de menos de um mês, estabelece novos serviços que podem ser prestados nas farmácias comunitárias, como os testes rápidos.
Na lista de serviços surgem também as consultas de nutrição, programas de adesão terapêutica e de preparação individualizada de medicamentos, “serviços simples de enfermagem” (como tratamento de feridas) ou cuidados na prevenção e tratamento do pé diabético. As farmácias podem ainda promover campanhas e programas de literacia em saúde, prevenção da doença e de promoção de estilos de vida saudáveis.