Ficha de Jogo

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Belenenses-Sporting Clube de Portugal, 3-4

30ª jornada da Primeira Liga NOS

Estádio do Restelo, em Belém

Árbitro: Bruno Paixão

Belenenses: André Moreira, Hanin, Gonçalo Silva, Sasso; Persson (Bruno Pereirinha, 58′), Yebda, Licá, Bakic; Diogo Viana (Maurides, 65′), Yazalde (Nathan, 45′) e Fredy

Suplentes não utilizados: Muriel, Nuno Tomás, Benny e André Sousa

Treinador: Silas

Sporting: Rui Patrício; Ristovski, Fábio Coentrão (Wendel, 45′), Coates, André Pinto; Battaglia, Acuña, Bruno Fernandes (Petrovic, 80′), Gelson Martins; Bryan Ruíz (Lumor, 86′) e Bas Dost

Suplentes não utilizados: Salin, Doumbia, Freddy Montero e Ruben Ribeiro

Treinador: Jorge Jesus

 

Golos: Yebda (g.p 8′), Bas Dost (12′), Gelson Martins (16′), Acuña (41′), Licá (65′), Fredy (g.p. 70′) e Bruno Fernandes (g.p. 80′)

Ação disciplinar: cartão amarelo para Rui Patrício (7′), André Pinto (11′), Yebda (31′), Gonçalo Silva (39′), Acuña (68′), Yebda (segundo amarelo e expulsão 76′), Bas Dost (78′), Battaglia (90+4′), Wendel (90+5′); vermelho para Sasso (90+6′)

A Canção do Beijinho, esse grande êxito do humorista Herman José, falava das trocas e baldrocas de demonstrações de afeto entre duas pessoas. O refrão, que muita gente hoje em dia ainda sabe de cor, (Ora dá cá um e a seguir dá outro/ depois dá mais um que só dois é pouco/Ai eu gosto tanto e é tão docinho/E no entretanto dá mais um beijinho), pode já não se ouvir tanto como ouvia, mas pelo que se viu na partida deste domingo entre o Belenenses e o Sporting Clube de Portugal, alguém devia dar-lhe uma segunda vida com as devidas alterações — bastava juntar-lhe uma das seguintes palavras: “golos”, “penáltis” ou “cartões amarelos”.

Silas, o segundo careca mais famoso daquela zona nos arredores da capital (nunca esquecer os gulosos croissants açucarados que se vendem umas portas ao lado do Estádio do Restelo), reencontrava o treinador que tanto gostava, Jorge Jesus, e carregava ao peito a medalha oficial de “tomba gigantes”, galardão que garantiu depois de ter travado tanto o Benfica (empatou) como o FC Porto (perdeu). Conseguiria fazê-la brilhar ainda mais? Havia dúvidas: por muito que o adversário de hoje ainda estivesse a sair de uma crise interna complicada, a brilhante exibição dos Leões contra o Atlético de Madrid e a recuperação de dois dos seus principais ativos — Bas Dost e Fábio Coentrão — pareciam retirar alguma segurança os adeptos do Belenenses. Mas depois começou o jogo.

Ainda havia adeptos a tentar aquecer o traseiro nas bancadas do Restelo quando uma confusão na grande área do Sporting dava penálti à equipa da casa. Yazalde saltou para cabecear e Rui Patrício dá-lhe uma aparente sapatada na cara. Bruno Paixão apita, pede ajuda ao VAR e este confirma o veredito. Ficava feito o um a zero.

Pensavam que eram favas contadas? Nada disso. Logo a seguir (quatro minutos depois, mais precisamente) os Leões fazem soar o seu rugido e numa jogada de contra-ataque, Bruno Fernandes desmarca Bas Dost com um passe brilhante e o holandês repõe a igualdade.  A pulsação começava a aumentar e quatro minutos depois novo pico de tensão: o jovem Gelson Fernandes dispara e põe os verde e brancos na frente. Num instante, tudo mudou.

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Ambas as equipas jogavam um futebol aberto, pleno em velocidade. Os azuis tentavam compensar o défice de qualidade individual com um bom entrosamento e atiravam-se à baliza de Patrício quase sempre pelo flanco direito. Os Leões respondiam na mesma moeda e faziam-se valer do seu robusto meio-campo (e não só) para lançar vários ataques que acabavam quase sempre por depois ir parar às alas. Futebol bonito era o que se via e o público ajudava, puxando pelas suas equipas com entusiasmo. Foi entre gritos e aplausos que começou a jogada que ia dar mais segurança à equipa de Jesus. Ristovski flecte para o meio, em direção a Dost, que lhe devolve na ala. O macedónio corre meia dúzia de metros, cruza para a área, a bola sobre para Acuña e o argentino remata para o fundo da baliza. Por muito que os adeptos do Belenenses se queixassem de uma suposta mão do mesmo Ristovski no início da jogada, o árbitro nada assinalou e o Sporting foi para o balneário cheio de confiança.

A segunda parte recomeçou com a equipa de Alvalade a mostrar-se dominadora e segura de que a vitória estaria garantida. Continuaram a atacar o Belenenses mais apático, mas sem acelerar a fundo — talvez já a pensar na segunda-mão da meia-final da Taça de Portugal, que acontece na próxima quarta-feira, 18 de abril, contra o FC Porto. Tudo parecia calmo quando de repente, essa figura mítica do futebol português batizada de “Lord” Licá marca no seguimento de uma bonita jogada de envolvimento. Regressava a emoção, não só por causa deste golo mas porque cinco minutos depois, o mesmo Licá é empurrado por Acuña na grande área e o VAR confirma novo penálti a favor dos da casa — Fredy não vacila e a equipa da Cruz de Cristo empata a partida.

Pensavam que estava tudo resolvido? Desenganem-se porque ainda faltava outra grande penalidade, desta vez a favor dos visitantes. Yebda salta na grande área, atinge Bas Dost com o cotovelo e para tudo. O que diz o VAR? Isso mesmo, penálti e expulsão do médio argelino (que ficou a ver o resto do jogo ajoelhado trás dos placards de publicidade). Bruno Fernandes fez o 3-4 com classe e agora sim estava tudo fechado. A partida terminou uns minutos mais tarde,mas ainda houve tempo para Sasso ver um vermelho direto.

Contas feitas, o Sporting somou os três pontos, descolou do Braga e fica a depender exclusivamente do seu trabalho para garantir o segundo lugar.