Futebol à parte, se existe prova que o Sporting tem tentando ao longo dos anos conquistar é a UEFA Futsal Cup. 17 anos depois, continua a ficar-se apenas pela intenção: não houve mesmo duas sem três e os leões acabaram por cair de novo na final da principal prova europeia da modalidade, perdendo com os espanhóis do Inter por 5-2 num encontro onde nunca conseguiram contrariar o favoritismo teórico dos campeões europeus em título. Desta forma, as equipas portuguesas continuam apenas com um triunfo na competição, do Benfica, em 2010.

Na sexta Final Four da sua história, os leões, que perderam as finais de 2011 e 2017 (ficaram na terceira posição em 2012 e 2015), tiveram até uma passagem relativamente tranquila ao encontro decisivo, onde reencontraram a equipa de Ricardinho que tinha sido o carrasco da goleada sofrida na temporada transata em Almaty, no Cazaquistão (7-0). E se é verdade que o encontro teve características distintas, o resultado após 40 minutos de jogo foi o mesmo.

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Quando se junta o Mago e o Cardinal, é um circo: Sporting goleia Eto Gyor e está na final da UEFA Futsal Cup

Logo aos três minutos, Gadeia inaugurou o marcador após assistência de Ricardinho e colocou o pavilhão Príncipe Felipe, em Saragoça, ao rubro. No entanto, os comandados de Nuno Dias não caíram nos erros de 2017, mantendo sempre o equilíbrio em termos de organização que pecou apenas pelo excesso de faltas cometidas nos cinco minutos iniciais (quatro). Entre as oportunidades repartidas, os leões chegariam mesmo ao empate por Cavinato aos 8′, encostando ao segundo poste após assistência de Alex Merlim na sequência de uma jogada 1×1 na esquerda.

No entanto, acabaria por ser sol de pouca dura: aproveitando uma movimentação bem feita com um bloqueio que abriu espaço a Ricardinho, o internacional português disparou um míssil sem hipóteses para André Sousa (10′), um dos quatro jogadores leoninos com quem se sagrou este ano campeão europeu de seleções (os outros eram João Matos, Pedro Cary e Pany Varela). E não ficaria por aí: Elisandro, possante pivot que trocou o Benfica pelo Inter, trabalhou bem de costas para a baliza sobre Caio Japa e apontou o 3-1 de pé esquerdo à passagem do 13.º minuto. O Sporting tentou pelo menos reduzir, viu Ricardinho tirar uma bola em cima da linha de golo e Dieguinho ainda acertou no poste, mas o resultado não iria sofrer mais alterações até ao intervalo.

Na segunda parte, o Sporting surgiu com Marcão no lugar de André Sousa, pensando já em situações diferentes no plano ofensivo aproveitando as características do guarda-redes brasileiro para jogar subido numa espécie de 5×4 sem entrar um quinto jogador de campo. A ideia acabou mesmo por confirmar-se, mas numa altura em que a formação verde e branca já tinha sofrido o quarto golo por Rafael (com culpas para o número 12 leonino).

O encontro entrou numa toada em que os leões iam tentando encontrar espaço para visar a baliza dos espanhóis, ao passo que o Inter saía em transições rápidas pela certa tentando dilatar a vantagem. Só mesmo nos últimos cinco minutos o Sporting arriscou o guarda-redes avançado, com Merlim. Dieguinho e Pedro Cary tiveram oportunidades claras para poderem pelo menos reduzir o marcador, mas o 4-2 surgiria apenas a três minutos do fim por Diogo. André Sousa ainda travou um livre direto por sexta falta dos leões mas Pola, com quatro segundos apenas por jogar, fechou em definitivo as contas com um remate de uma baliza à outra, dando o quinto título europeu ao Inter num ano de ouro para o melhor jogador do mundo: o português Ricardinho.