Primeiro foram os rumores, depois chegou a confirmação: a Ford está “desesperada” por ter uma gama quase exclusivamente fora de estrada. Pelo que vai reduzir a sua presença nos EUA aos SUV, pickups e comerciais. O raciocínio é este: tudo o que não der dinheiro é para cortar.

O gigante de Dearborn é o segundo maior fabricante americano, mas tem pela frente tempos muito complicados. O ano passado, o plano da marca previa poupanças na ordem dos 14 mil milhões de dólares, meta que foi agora revista. Para pior. Segundo o director financeiro Bob Shanks, a empresa americana tem de cortar custos de 25,5 mil milhões de dólares até 2022. Uma poupança de tal ordem que, para se ter uma ideia, corresponde praticamente a metade do valor que o Estado português arrecadou em impostos em 2017.

De acordo com a Reuters, o presidente-executivo da Ford, Jim Hackett, terá dito aos investidores que a companhia está a atravessar um “profundo reposicionamento” das suas operações e pode sair de negócios não lucrativos.

Certo, para já, é que a marca da oval vai acabar com a maioria dos modelos que compõem actualmente o seu portefólio no mercado americano, deixando os clientes com muito menos hipóteses de escolha. O The New York Times escreve que a Ford perde dinheiro com o Fiesta, o Focus e o Fusion (o nosso Mondeo), mas os cortes vão mais além e chegam ao Taurus.

Para contar a história daquilo que outrora foi uma vasta oferta de propostas entre os turismos nos EUA, ficarão apenas o Mustang e o Focus na sua declinação aventureira, a Active, a partir de 2019. Só que a decisão de comercializar o crossover compacto requer a importação do modelo da Europa, pois não há planos (conhecidos) para produzir localmente a nova geração do Focus.

Com tanto corte, a Ford prevê alcançar uma margem de lucro de 8% até 2020, ou seja, dois anos antes do programado.

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