Portugal é um país vínico conhecido pelos “tintos clássicos” do Douro e pelo Vinho do Porto, que há muito dispensa apresentações. Ainda assim, foram os brancos que surpreenderam David Williams, autor da rubrica “Wines of the week“, publicada semanalmente no jornal britânico The Guardian. No seu mais recente artigo, Williams destaca os “brancos portugueses perfeitos” e apresenta “três grandes referências” para que o leitor (e enófilo) comece a descoberta de copo na mão.
Nem de propósito, há sensivelmente dois anos, o Observador tentava desmistificar algumas expressões correntes no universo vínico português, como “vinho que é vinho é tinto” ou ainda “vinho branco não é vinho, é refresco”. À semelhança de tintos, também há vinhos brancos com complexidade, capazes de evoluir em garrafa e que contrariam o preconceito de outros tempos — exemplo disso é a casta encruzado, do Dão, que já foi apelidada a uva “tinta dos brancos”, por conta da complexidade e longevidade que empresta aos vinhos.
No artigo publicado no último domingo, David Williams destaca um total de oito vinhos (os vinhos sublinhados dizem respeito às referências em grande destaque no artigo original):
- Lavradores de Feitoria Branco 2016 Douro (4 euros);
- Wine & Soul Guru 2015 Douro (cerca de 25 euros);
- Vila Nova Vinho Verde 2017; (cerca de 5 euros)
- Quinta de Azevedo Vinho Verde 2016 (cerca de 5 euros);
- Soalheiro Alvarinho Vinho Verde 2016 (cerca de 9 euros);
- Quinta dos Carvalhais Branco Reserva 2013 Dão (cerca de 16 euros);
- FP Bical Arinto, Bairrada 2016 (cerca de 10 euros);
- Nossa Calcário Branco, Beiras 2016 (cerca de 20 euros).
O jornalista do The Guardian escreve sobre brancos que se destacam na multidão, com características que os tornam únicos e provenientes de uvas que dificilmente encontramos noutros destinos. Williams elogia o Douro, mas também a região dos Vinhos Verdes, onde o clima é tendencialmente mais fresco e húmido, e o centro de Portugal, onde se encontram propostas que derivam das castas encruzado e bical. Afinal, os “vinhos brancos portugueses também merecem ser provados”.