Está oficialmente aberta a 63ª edição do Festival Eurovisão da Canção, a primeira a acontecer em Portugal. As delegações dos 43 países desfilaram ao fim da tarde deste domingo à beira rio, junto ao MAAT (Museu de Arte Arquitetura e Tecnologia), em Lisboa. Cláudia Semedo, Inês Lopes Gonçalves (que vestiram Carlos Gil e Duarte, respetivamente), Pedro Granger e Pedro Penim foram os anfitriões da “blue carpet” — sim, a passadeira tradicionalmente vermelha foi, desta vez, substituída por uma azul — e entrevistaram cada um dos concorrentes à chegada a Belém.

O estilo, como já se esperava, foi esquizofrénico. Se uns seguiram à risca o dress code elegante e formal de uma gala, outros arriscaram em visuais desconcertantes, inspirados pelos ritmos que trouxeram a Lisboa ou, simplesmente, pelas suas personalidades enquanto performers. Decisões quanto à qualidade das canções, só mesmo a partir da próxima terça-feira, dia em que acontece a primeira semifinal na Altice Arena. Quanto ao estilo, parece que já temos condições para lançar o quadro de pontuações.

E os 12 pontos vão para…

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Dá para ser um ex aequo? Vamos a isso. Não chegaram juntas, até porque para todos os efeitos são adversárias, mas as representantes da Lituânia, da Letónia e da Estónia (da esquerda para a direita) brilharam no MAAT enquanto trio. Seguiram a velha escola da red carpet (apesar desta ter sido azul) com um vestido cheio de movimento, uma silhueta de sereia e um corte acima do tornozelo. Um dado curioso: a do meio, Laura Rizzotto, é brasileira. Doze pontos para cada uma.

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SuRie, a concorrente do Reino Unido, pode ter passado despercebida para a maior parte das objetivas mas para nós não. Macacão? Conjunto de duas peças? Não percebemos bem, mas merece 10 pontos.

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OK, não se esforçaram assim tanto, mas terem-se mantido fiéis ao preto integral já é qualquer coisa. Parte da comitiva sérvia leva 8 pontos para casa.

© Thomas Hanses

Da Croácia, chega Franka. A cantora pop deu-lhe forte na renda e apostou todas as fichas num decote profundo. Só não percebemos muito bem qual era a ideia inicial para o cabelo, custa a acreditar que fosse esta. Ainda assim, 7 pontos.

© Francisco Leong/AFP/Getty Images

Isaura leva o sportswear muito a sério, Isaura levou um casaco de fato de treino em veludo. Isaura está sempre bem porque tem a atitude certa. Já Cláudia Pascoal escolheu a designer Rose Palhares para pisar a passadeira azul. Pelo cor-de-rosa reforçado do cabelo e pelo contraste interessante dos dois looks, levam 6 pontos.

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Eleni Foureira, do Chipre, foi a silhueta de que todos falaram, se bem que está um bocadinho perdida nos VMAs do ano 2000. Mais uma vez, o cabelo não ajudou. Cinco pontos.

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A australiana Jessica Mauboy deve ter passado muito calor, ainda assim, não se queixou. Apesar de ter vindo para Lisboa demasiado agasalhada, o corte original do vestido chamou-nos a atenção. Resumindo: 4 pontos.

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São o casalinho da Eurovisão e, apesar de serem espanhóis, até cantaram o refrão de “Amar pelos Dois” quando chegaram ao MAAT. Alfred tem 21 anos, Amaia tem 19, noves fora, 3 pontos.

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Um homem de branco é um homem de branco e Benjamin Ingrosso, esta espécie de Bieber sueco, mecere ser reconhecido pelo arrojo e pelo corte invulgar do seu fato. São 2 pontos para ele.

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Bastava que a cantora belga Sennek não tivesse arregaçado as mangas do blazer desta forma estranha (até estávamos dispostos a fechar os olhos à desarmonia que a blusa transparente causa ali), mas presumimos que tenha sido mais forte que ela. Vencida pela torra lisboeta, cai para o último lugar da tabela, com um ponto.

Pointless (não há pontos que lhes valham)

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Se a Capuchino Vermelho se casasse, seria assim. Netta está a representar Israel e está a convencer meio mundo com a sua irreverência. Uma coisa certa: todos deram por ela na “blue carpet”, até porque levou um cestinho para distribuir porta-chaves com ursinhos pelos outros convidados.

© Thomas Hanses

Saara Aalto está a representar a Finlândia na Eurovisão, mas talvez tenha andado a ler demasiados livros da saga 50 Sombras. Isso, uma racha descontrolada e uma maquilhagem que a deixou praticamente sem olhos.

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As cantoras de San Marino, especialmente a de branco, faz lembrar aquelas boutiques de noivas que também fazem vestidos de réveillon. Nada contra, mas estamos em maio e não estávamos minimamente à espera.

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Há vestidos pretos e vestidos pretos e o da vocalista do grupo Equinox, da Bulgária, faz lembrar uma daquelas vilãs da Disney.

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A Moldávia chegou com tudo: chapéus de palha, penas, ráfia e muitos acessórios inusitados. Não podiam ter escolhido só um?

© Andres Putting

Nada contra Lea Sirk, a concorrente da Eslovénia, mas ao longe quase a confundimos com Cláudia Pascoal. Afinal, não é todos os dias que há duas pessoas com o cabelo cor-de-rosa na Eurovisão.

As anfitriãs portuguesas

Catarina Furtado, Daniela Ruah, Sílvia Alberto e Filomena Cautela foram as primeiras a pisar a passadeiras azul, junto ao MAAT, e com entrada direta na lista das mais elegantes desta abertura oficial da Eurovisão em Lisboa. Catarina Furtado ecolheu um vestido de alças com um decote profundo e um estampado animal Saint Laurent. Bem mais elaborado foi o vestido de Daniela Ruah. A atriz apostou em renda preta e transparências e numa silhueta de sereia ao usar uma criação do atelier de alta-costura Galia Lahav, sediado em Tel Aviv. Sílvia Alberto decidiu-se por um designer português. O vestido de Luís Carvalho brilhou, sobretudo quando visto de trás, com uma laçada no pescoço. O vestido preto caicai de Filomena Cautela é uma criação do atelier Alves/Gonçalves.

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