Há cada vez mais sistemas de condução autónoma no mercado e, como não poderia deixar de ser, há uns que são melhores do que outros na arte de “conduzir” um veículo do ponto A ao B sem sustos, hesitações e, sobretudo, acidentes. Como as empresas que os desenvolvem não revelam o actual estágio da tecnologia, só os acidentes em que este tipo veículos se vêem envolvidos permitem determinar o seu grau de sofisticação e desempenho, pela forma como lidam com situações-limite e causam ou conseguem evitar situações perigosas.

Soubemos em meados de Março que um Volvo XC90 da Uber, em condução autónoma, atropelou mortalmente um peão que levava uma bicicleta pela mão, caso que está condenado a ficar na história por ser a primeira morte provocada por um carro sem condutor. Desta vez é um veículo de testes da Waymo, a divisão especializada em condução autónoma da Google, que está na berlinda, tendo-se visto envolvido num embate quase frontal contra outro automóvel.

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O acidente está a ser investigado mas, face às condições em que ocorreu, há pouca margem para dúvidas, com a polícia de Chandler, cidade do Arizona, a ter declarado que “o condutor de um Honda teve de se desviar para não embater num outro veículo, no cruzamento da Chandler Boulevard e a Los Feliz Drive, com a manobra evasiva a provocar a perda do controlo e a galgar o separador, acabando por embater no veículo da Waymo, que seguia em direcção contrária, devagar em condução autónoma”. Veja as imagens registadas pelas câmaras de bordo:

Como a 5 de Maio, um dia depois do acidente, a Waymo divulgou as imagens captadas pelo seu veículo, nos instantes anteriores ao embate, é possível ter uma ideia bastante concreta do que aconteceu e como aconteceu, pelo que analise por si mesmo a quem cabe a responsabilidade do acidente.

Mas ao contrário do que aconteceu com o sistema de condução autónoma da Uber, que não conseguiu identificar um peão que se atravessou à sua frente, o sistema da Waymo não parece ter feito nada de incorrecto. É claro que seria interessante saber se o monovolume da Chrysler, que a divisão da Google está a utilizar para testar a sua solução autónoma detectou o veículo que se aproximava quase de frente e, caso o tenha feito, o que fez para tentar minorar os danos, se travou ou acelerou, uma vez que através das imagens é possível constatar que não tentou nenhuma manobra evasiva com a direcção.

O monovolume da FCA ficou fortemente danificado ao nível da suspensão da frente e o condutor responsável pelo carro da Waymo, que seguia a bordo no lugar do condutor, mas sem assumir o volante, ficou com ferimentos que o porta-voz da polícia descreve como ligeiros.