A EDP – Energias de Portugal prepara-se para rejeitar a Oferta Pública de Aquisição (OPA) que a China Three Gorges (CTG) anunciou que vai lançar, alegando que o valor proposto é baixo, avançou esta segunda-feira a agência Bloomberg. O conselho de administração da EDP, que deverá reunir-se ainda esta semana, considera que a contrapartida de 3,26 euros por ação é demasiado baixa e que subvaloriza a elétrica, avança a agência de notícias, citando fontes conhecedoras do processo que pediram anonimato.
A gestão liderada por António Mexia tem de apreciar o mérito da OPA e fazer uma recomendação aos acionistas, mas só poderá apresentar esse relatório depois de ter acesso ao prospeto ou projeto de prospeto da operação.
Segundo a mesma fonte, a EDP está já a trabalhar com consultores financeiros, incluindo o UBS para uma eventual defesa da OPA dos chineses da CTG. A CTG, que já detém 23,27% do capital social da EDP, pretende manter a empresa com sede em Portugal e oferece uma contrapartida de 3,26 euros por cada ação, o que representa um prémio de 4,82% face ao valor de mercado e avalia a empresa em cerca de 11,9 mil milhões de euros.
Mas as ações da EDP fecharam a avançar 9,32% para 3,40 euros, ultrapassando logo de manhã o valor proposto pelo grupo chinês que foi considerado por todas as casas de análise como demasiado baixo. A puxar pelas ações da elétrica que, num só dia, valorizou mais de mil milhões de euros, está também a expetativa de que apareça uma oferta concorrente sobre a EDP. Ou, no mínimo, que os chineses sejam forçados a rever em alta o preço da oferta.
Caso a OPA sobre a EDP tenha sucesso, a CTG avançará com uma oferta pública obrigatória sobre 100% do capital social da EDP Renováveis, a 7,33 euros por ação, um preço abaixo do valor da última cotação (7,85 euros).