Foi a notícia a marcar o pré-arranque do 22º congresso do PS. O vice-presidente João Galamba deixa de ser o porta-voz do partido e passa a vez à dirigente socialista Maria Antónia Almeida Santos.
Em declarações aos jornalistas, à chegada à Batalha, onde decorre até domingo o conclave socialista, Galamba garantiu que sai a seu pedido: “Foi-me feito o convite para continuar e eu disse que preferia ficar no Secretariado. Não posso ser porta voz de um órgão a que não pertenço, só isso.
“Não houve nenhuma divergência com ninguém.”
João Galamba vai manter-se no Secretariado Nacional, o órgão de direção formal do PS e, apesar da insistência dos jornalistas, usou esse argumento para recusar que esta alyteração signifique uma despromoção ou seja reflexo de alguma divergência:”As pessoas não têm de se eternizar nos cargos”.
A tarefa de porta-voz do PS ficará agora nas mãos de Antónia Almeida Santos que já fazia parte da Comissão Permanente de onde agora sai Galamba, o chamado “núcleo operacional” do partido, que é liderado pela secretária-geral adjunta, Ana Catarina Mendes.
Atual vice-presidente da Comissão Parlamentar de Saúde, Maria Antónia Almeida Santos é a principal responsável pelo projeto dos socialistas para a legalização da eutanásia.
O anúncio de mudanças não se ficou por aqui. É aliás no Secretariado Nacional que o líder do PS propõe mais mexidas, com uma renovação de caras e um claro reforço de membros do governo.
De entre as novidades destaca-se a chegada à direção do partido de Alexandra Leitão, a secretária de estado adjunta da Educação. Uma clara aposta na nova geração de governantes, que inclui a também secretária de estado, com a pasta do Turismo, Ana Mendes Godinho.
Nos quinze nomes que compõem a lista, há um ministro, Pedro Marques, do Planeamento e Infraestruturas e há um evidente um reforço da presença de secretários de estado que não só têm sido apontados como o futuro do partido, como têm já hoje grande peso político dentro do governo.
É o caso de Pedro Nuno Santos, secretário de estado dos Assuntos Parlamentares, e peça-chave na coordenação com os partidos que sustentam a chamada “geringonça”.
É também o caso de Mariana Vieira da Silva, a secretária de estado adjunta do primeiro-ministro e que funciona como o radar de Costa no governo.
Graça Fonseca, da Modernização Administrativa, Marcos Perestrello, da Defesa e Eurico Brilhantes Dias, que foi apoiante de Seguro e que agora está no governo com a pasta da Internacionalização, completam a lista de secretários de Estado no Secretariado Nacional, onde constam também alguns autarcas incluindo Fernando Medina, presidente da Câmara Municipal de Lisboa.
Já da Comissão Permanente do PS, para além de Galamba, saiu também o deputado e dirigente socialista Porfírio Silva, que, no entanto, vai continuar no Secretariado Nacional.
A direção do partido assume que estas mudanças têm dois objetivos claros, não só renovar os orgãos nacionais como também tonificar o músculo político para preparar o calendário eleitoral de 2019: há europeias, há legislativas e também há as Regionais da Madeira, para as quais o PS não disfarça o otimismo.