O Governo escolheu a gestão do uso da água, a eficiência da utilização de materiais na construção de casas e a redução do consumo de plástico como temas principais da semana do ambiente, que se inicia na segunda-feira.

O ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, decidiu marcar a semana em que se assinala o Dia Mundial do Ambiente, na terça-feira, com a presença em eventos, em cada dia, e em vários pontos do país.

São várias iniciativas que tentam dar visibilidade àquilo que são os eixos principais da política do Ministério do Ambiente, sendo uma semana festiva e muito focada na dimensão da educação ambiental”, disse à agência Lusa o governante.

No Dia Mundial do Ambiente, será apresentado o Relatório Estado do Ambiente (REA), pela primeira em junho, já que habitualmente era apresentado no final do ano seguinte. Este documento reúne informação acerca das várias áreas do ambiente, dos resíduos, à água, ar, ruído ou conservação da natureza.

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Em Torres Vedras, no mesmo dia, haverá uma festa infantil, com o tema de mobilidade suave em destaque. Esta cidade tem um sistema de partilha de bicicletas.

Ainda no Dia Mundial do Ambiente, o ministro desloca-se à Arrábida, em Setúbal para inaugurar uma exposição na área da conservação da natureza, sobre roazes sadinos, espécie de golfinhos que Portugal deve proteger.

Acaba o dia com o segundo tema forte — a água — e a inauguração do centro de educação ambiental da Águas de Portugal, em Lisboa, onde serão referidas as linhas fortes da campanha para a poupança deste recurso, a avançar “tão depressa quanto possível”, segundo o ministro.

O primeiro tema forte é a eficiência dos materiais e será desenvolvido na segunda-feira, em Évora, com uma aula aberta com o título “Habitar a terra”, no âmbito da economia circular, que se baseia na redução do uso de matérias primas e na aposta na reciclagem e reutilização de produtos, ao contrário da atual economia linear, em que são extraídos recursos à natureza, usados e deitados fora.

“A terra, os adobes e tijolos feitos a partir de terra e a taipa são uma forma de construir com qualidades térmicas e acústicas muito boas e com resíduo zero, tudo é reaproveitado”, salientou João Matos Fernandes.

O ministro apontou que “o parque de edifícios que já hoje existem construídos tem os materiais todos para aquilo que vai ser a construção das próximas décadas e, mais do que a construção, a reabilitação”.

“Temos mesmo de reduzir o uso de recursos e é absolutamente fundamental que utilizemos os recursos naturais que podem ser regenerados na construção”, insistiu, recordando a vantagem de evitar a pegada do transporte.

Quinta-feira é o dia dos plásticos, com o grupo de trabalho criado para repensar a fiscalidade nesta vertente a apresentar as suas conclusões, que serão alargadas à redução da utilização deste material, no sentido da meta fixada por Bruxelas da recolha de 90% das garrafas de bebidas de plástico descartáveis até 2025.

O plástico é um material de grande valor e flexibilidade e certamente continuará a ser usado durante muitos anos na indústria e pelos portugueses, por isso temos de garantir a sua reciclabilidade”, disse o ministro.

Segundo o governante, está prevista a assinatura de acordos voluntários, com os utilizadores e produtores de plástico, com “a restauração, distribuição e uma associação de bebidas”, no sentido de, ainda antes de a diretiva estar em vigor, começarem já a cumprir as metas.

O programa nacional de política de ordenamento do território também vai ser tema da semana do ambiente e o ministro vai marcar presença em duas das três sessões de apresentação, na Madeira, na quarta-feira, e nos Açores, na sexta-feira, com o objetivo de divulgar as atividades do Fundo Ambiental que têm tido poucas candidaturas das regiões autónomas.

Além destas iniciativas, várias atividades estão marcadas por todo o país para assinalar o Dia Mundial do Ambiente e chamar a atenção para a importância de preservar a natureza, organizadas por autarquias, associações e empresas.