Os cientistas da NASA detetaram algumas novidades em Marte que podem abrir o debate sobre a existência de vida no planeta. Segundo o El Mundo, a agência organizou um encontro esta quinta-feira para debater os resultados dos dados captados pelo “Curiosity”, um jipe (um rover) enviado em 2012 para explorar o solo do planeta vermelho. Os resultados foram publicadas na revista Science.

O “Curiosity” descobriu que a quantidade de gás metano presente na atmosfera de Marte varia significativamente ao longo do ano. Segundo os astrofísicos, 90 a 95% do gás metano presente na Terra tem origem biológica, o que significa que o facto do mesmo gás ser detetado em Marte, independentemente da quantidade, pode abrir as portas à possibilidade de existir (ou ter existido) vida naquele planeta. No entanto, alertam os especialistas, a origem do metano é desconhecida, logo ainda não há uma conclusão definitiva.

O que causou mais surpresa, disse Jorge Pla García ao jornal espanhol, foi a grande variação dos valores de gás metano. “Era esperado que houvesse uma mudança ao longo do ano porque a radiação ultravioleta liberta para a atmosfera o material orgânico que está na superfície, fazendo com que os valores do metano variem, mas não tanto”, explicou o co-autor do estudo.

Para encontrar material orgânico em metais com cerca de 3000 milhões de anos, o “Curiosity” utilizou uma broca para perfurar e extrair as amostras. Para os cientistas, os resultados tanto podem resultar da ausência de vida no planeta ou podem ser o reflexo de algo mais, tendo em conta que foram detetados materiais mais complexos na composição da matéria, que ainda não se sabe quais são nem como se formaram.

“Quando trabalhamos com algo tão arriscado como um jipe em Marte, com o instrumento mais complexo alguma vez enviado para o espaço, parece que estamos a fazer aquilo que pensávamos ser impossível”, afirmou Jennifer Eigenbrode, autora do estudo, à National Geographic.

Em 2020 vão ser lançados dois rovers: um da NASA e um da Agência Espacial Europeia, que também vão recolher amostras de rochas para estudar a sua composição orgânica e tirar conclusões mais claras. É esperado que o veículo europeu consiga perfurar mais polegadas do que o “Curiosity”.

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