Dimas Gimeno Álvarez, atual presidente do grupo El Corte Inglés, vai ser destituído na próxima semana sem deixar sucessor, noticia o Cinco Dias, do grupo El País. Jesús Nuño de la Rosa y Coloma, um dos dois conselheiros delegados do grupo, é visto como o nome mais provável para assumir a presidência com funções executivas.
O atual presidente do grupo vinha sendo formado pelo tio, o histórico presidente Isidoro Álvarez, para ocupar o cargo desde os seus tempos de estudante, como conta o jornal La Vanguardia. Mas herdou apenas a presidência do grupo e não a maioria das ações que lhe dariam realmente poder. O poder das ações está nas mãos das suas primas, Marta e Cristina Álvarez Guil, filhas da mulher com quem Isidoro Álvarez casou nos anos 1990 e suas filhas adotivas.
As duas irmãs têm lutado para tirar Dimas Gimeno Álvarez do cargo e estão prestes a consegui-lo. Em outubro de 2017, já tinham conseguido ver aprovado por unanimidade pelo Conselho de Administração que o cargo de presidente passasse a ser institucional. Parte das funções do atual presidente passaram para Jesús Nuño de la Rosa y Coloma — apontado com o potencial sucessor — e a outra parte para Víctor del Pozo Gil. Estes dois conselheiros delegados são dois homens da confiança das irmãs Álvarez.
A rutura entre as irmãs Álvarez e o primo agravou-se depois de o atual presidente ter vendido uma parte da empresa ao sheik Hamad bin Yasim bin Jaber Al Zani, antigo primeiro-ministro do Qatar, e também devido às suas intenções de colocar a empresa na bolsa. Para Dimas Gimeno Álvarez, só com medidas deste tipo é possível internacionalizar a empresa e apostar nas vendas online, refere o Expresso.
O atual presidente do grupo começou como vendedor no El Corte Inglés no anos 1990 e em 2001, com 25 anos, ajudou a abrir a primeira loja do El Corte Inglés em Portugal (em Lisboa). Em 2010, tornou-se conselheiro do grupo e, a 16 de setembro de 2014, foi nomeado presidente do Conselho de Administração, depois da morte do presidente Isidoro Álvarez. Pouco mais de três anos depois de ter tomado posse perdeu os poderes executivos.
Atualmente a direção é composta por um presidente e dois conselheiros delegados. O grupo de conselheiros — nove no total — está a negociar se o esquema da direção se vai manter com o formato atual ou apenas com um presidente executivo e um conselheiro delegado. Dimas Gimeno Álvarez não tem participado nesta negociação, nem na seleção do sucessor. Mesmo que seja afastado da presidência, o atual presidente conservará um lugar como conselheiro.
Neste momento, o presidente do Conselho de Administração só tem funções institucionais, mas Jesús Nuño de la Rosa y Coloma só aceitará o cargo se puder ter funções executivas. Marta Álvarez, uma das conselheiras e filha adotiva do falecido Isidoro Álvarez, e Manuel Pizarro, outro conselheiro e um dos potenciais candidatos, também não estão disponíveis para o cargo caso este não seja de gestão.