O ex-líder da Juve Leo, Fernando Mendes, e os restantes três arguidos detidos na sequência do ataque à Academia de Alcochete ficaram em prisão preventiva, adianta o Correio da Manhã. Segundo este jornal, Fernando Mendes, Aleluia e Nuno Torres prestaram declarações sobre a invasão ao campo de treino do Sporting, a qual resultou na agressão a jogadores e ao treinador Jorge Jesus, esta sexta-feira no Tribunal do Barreiro. Só o quarto adepto detido, em Vialonga, se remeteu ao silêncio.

O Ministério Público considera que este grupo, sob liderança de Fernando Mendes, liderou o ataque à Academia, onde cerca de 50 adeptos entraram e acabaram por agredir. No dia da invasão foram detidos 23 suspeitos, que se encontram em prisão preventiva. A investigação teve agora este avanço, com quatro detenções, mas continua na tentativa de encontrar mais suspeitos.

PSP esperou que Fernando Mendes terminasse o jantar para o deter

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Antes de serem conhecidas as medidas de coação, a advogada de Fernando Mendes e Joaquim Costa, dois dos quatro detidos por suspeitas de comparticipação às agressões aos futebolistas e equipa técnica leoninos manifestou-se contra o julgamento público de que têm sido alvo os seus constituintes.

“Acho um bocadinho estranho isto ser considerado terrorismo. A ideia que tenho, desde o primeiro dia, é que vão ficar todos presos, mas eu sou advogada e vou morrer a recorrer, para que se faça justiça”, afirmou Sandra Martins aos jornalistas, à saída do Tribunal do Barreiro, onde os quatro arguidos detidos na quarta-feira estão a ser ouvidos.

De resto, a advogada de Fernando Mendes, que é o segundo dos arguidos a prestar declarações esta sexta-feira, depois de ‘Aleluia’ ter sido o primeiro, disse não perceber por que este é “um caso público” e apontou o dedo à comunicação social.

Não sei por que é um caso público, não sei o que está por trás. Eu sou muito pequenina tendo em conta aquilo que se passa. Sigam o dinheiro, vão atrás do dinheiro”, limitou-se a dizer.

Já o advogado de Nuno Torres, o condutor da viatura que no dia das agressões entrou nas instalações da Academia do Sporting, em Alcochete, e retirou alguns dos alegados agressores, disse não ver razões para que seja aplicada prisão preventiva ao seu cliente — embora o Ministério Público peça essa pena.

“Tenho esperança que o Nuno saia hoje em liberdade. Até agora, não vejo razões para que seja decretada prisão preventiva, mas pode acontecer. Há condições para ele sair em liberdade, mas espero que, da outra parte, aceitem os nossos argumentos”, referiu Francisco Macedo, à saída do tribunal para a pausa para almoço.

O advogado reforçou o que tinha dito na véspera, afirmando que os quatro detidos “estiveram em Alcochete, mas nada têm a ver com o caso” das agressões à equipa técnica e jogadores do Sporting.

Os quatro detidos na quarta-feira por suspeitas de coparticipação na invasão de instalações e agressões aos futebolistas e equipa técnica do Sporting na Academia do clube, em Alcochete, começaram hoje a prestar declarações no interrogatório judicial.

Após identificação dos arguidos, em comunicado distribuído aos jornalistas, o juiz de instrução criminal do Tribunal do Barreiro confirmou que todos os arguidos decidiram prestar declarações e que os trabalhos foram suspensos, porque os advogados pediram para consultar a informação disponível nos autos.

Entre estes quatro detidos estão o ex-líder de claque do Sporting Juventude Leonina Fernando Mendes e o condutor e os ocupantes da viatura que no dia das agressões entrou nas instalações da Academia do Sporting em Alcochete e retirou alguns dos alegados agressores.

No dia 15 de maio, a equipa de futebol do Sporting foi atacada na Academia do clube por um grupo de cerca de 40 alegados adeptos encapuzados, que agrediram técnicos, jogadores e ‘staff’. Os arguidos estão indiciados de crimes de terrorismo, ameaça agravada, dano com violência e detenção de arma proibida.