A Colômbia elege este domingo um novo chefe de Estado na segunda volta das presidenciais que acontecem na sequência dos acordos de paz com a antiga guerrilha das FARC.

Após mais de meio século de guerra, a paz voltou a ter uma oportunidade na Colômbia após o anúncio de um acordo definitivo de paz em 12 de novembro de 2016 entre o Governo do Presidente cessante Juan Manuel Santos e a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), que se converteu em partido político.

No entanto, Iván Duque Márquez, 41 anos o candidato da direita e vencedor da primeira volta em 27 de maio com 39,14%, prometeu modificar o pacto assinado e opõe-se a Gustavo Petro, 58 anos, que o desafia no crucial escrutínio de hoje (na segunda posição em maio com 25,08%) e proveniente da esquerda antissistema.

50 anos de FARC, 50 anos de conflito

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Apesar de o acordo ter terminado o conflito com as FARC, a Colômbia permanece confrontada com uma corrupção em larga escala e profundas desigualdades sociais e com dificuldades em emergir do mais prolongado conflito armado do continente americano.

Analistas da situação interna na Colômbia têm referido que o maior desafio para o futuro chefe de Estado consiste na adoção de uma posição clara sobre o acordo de paz, que permanece “nos limbos”, e quando dezenas de ex-combatentes das FARC, familiares, sindicalistas e ativistas já foram assassinados por grupos paramilitares desde a conclusão das tréguas.

Os dois candidatos que se confrontam no domingo também divergem face ao diálogo com o ELN, a última das cerca de 30 guerrilhas que atuaram na Colômbia.

Gustavo Petro pretende o seu prosseguimento, Iván Duque diz-se determinado em endurecer a posição do governo.