A Câmara Municipal de Lisboa (CML) está a avaliar se os estragos da Estátua Equestre de D.José I, no Terreiro do Paço, foram provocados durante a transmissão do jogo de Portugal frente à Espanha na passada sexta-feira.

Sem proteções instaladas em redor a fazer de barreira, dezenas de adeptos subiram e apoiaram-se na estátua para ver o jogo da seleção nacional que estava a ser transmitido num ecrã gigante — o que poderá ter provocado o estrago.

[Veja as imagens dos adeptos sentados e apoiados na estátua]

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Os técnicos da CML vão deslocar-se ao local para avaliar a estátua e averiguar se os estragos já existiam antes da transmissão do jogo, confirmou fonte do Departamento de Património Cultural ao Observador, acrescentando que só depois de essa avaliação ser concluída é que poderão prestar esclarecimentos. Quatro dedos — três na mão direita e um na mão esquerda — encontram-se partidos na figura que se encontra na zona lateral da estátua e por baixo da figura de D. José I. A figura masculina, que simboliza o Triunfo, conduz um cavalo que, por sua vez, representa a Europa.

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[Veja as imagens dos estragos na estátua D.José I]

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Ao contrário do que aconteceu na sexta-feira, no próximo jogo a ser transmitido no Terreiro do Paço (Portugal-Marrocos, às 13h00 desta quarta-feira) a estátua deverá estar mais protegida. Esta terça-feira, a Polícia Municipal já instalou uma proteção em redor da estátua de D. José I, com grades de ferro, como o Observador constatou no local.

Se este estrago aconteceu na primeira transmissão dos jogos do Mundial 2018, a situação pode repetir-se ou deteriorar os estragos já existentes: muitos jogos serão ainda transmitidos naquele local, até ao final da competição. O Observador tentou, sem sucesso, contactar a Polícia Municipal para esclarecer se os grades foram instaladas na sequência dos estragos.

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

Estátua tinha sido alvo de restauro no valor de meio milhão de euros

A estátua de D. José I, com mais de 240 anos, foi restaurada há cinco anos. Cerca de 490 mil euros foram investidos nos trabalhos de conservação e restauro da estátua, que duraram cerca de um ano e terminaram em 2013. O processo foi gerido pela empresa Nova Conservação e teve diferentes promotores, como a World Monuments Fund (uma organização não governamental internacional de preservação do património cultural mundial), a Direção Geral do Património Cultural e a Câmara Municipal de Lisboa, através da Direção Municipal de Cultura.

Apesar de a estátua de D. José I não ser da tutela da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC), é esta entidade que aprova os restauros, esclareceu fonte da DGPC ao Observador. Mas um eventual restauro ainda está em avaliação.