O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, reiterou esta quinta-feira o seu compromisso com a paz, considerando que está à espera da Renamo, principal partido de oposição, para fechar definitivamente o processo negocial.

“Nós continuamos a fazer tudo para que o processo de paz termine. Estou todo os dias à espera para ver quando é que os outros [a Renamo] ficam prontos para fecharmos o circuito”, declarou o chefe de Estado moçambicano.

Filipe Nyusi falava num comício popular na província da Zambézia, centro de Moçambique, onde terminou hoje uma visita de trabalho.

Para chefe de Estado moçambicano, a paz é uma prioridade na agenda nacional, considerando fundamental que o assunto seja resolvido definitivamente.

“Temos que terminar com este processo e passarmos a viver como irmãos”, acrescentou Filipe Nyusi, observando que “a população não pode ficar eternamente à espera”.

Por sua vez, o porta-voz da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), José Mantaigas, falando ao canal televisivo STV, disse hoje que está tudo pronto do lado do seu partido.

“Do lado da Renamo, tudo está pronto para dar um ponto final a este processo relativo as matérias militares. Estamos à espera que o Presidente da República diga o que falta no processo negocial de modo a termos um desfecho”, concluiu o porta-voz do partido.

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O antigo líder da Renamo, Afonso Dhlakama, morreu devido a complicações de saúde na Serra da Gorongosa, centro de Moçambique, numa altura em que tanto ele como o Presidente moçambicano davam sinais de estar perto de um entendimento para a paz, num compromisso que tanto Nyusi como a Renamo já disseram manter.

Além da descentralização de poder, tema em que as partes já encontraram consensos e têm um documento para revisão da Constituição a ser analisado pela Assembleia da República, as negociações entre a Renamo e o Governo moçambicano têm como segundo ponto a desmilitarização, desmobilização e reintegração do braço armado do partido de oposição.

Entre 2015 e 2016, Moçambique foi palco de confrontos militares, depois da recusa do principal partido da oposição em aceitar os resultados das eleições gerais de 2014, acusando o partido no poder, Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), de fraude no escrutínio.