Os acionistas do BPI deliberam esta sexta-feira em assembleia-geral no Porto a saída de bolsa do banco, a limitação da distribuição de dividendos entre 30% a 50% do lucro e a redução do número de administradores.

Marcada para as 09:30 no auditório da Fundação de Serralves, a reunião magna de acionistas tem como pontos da ordem de trabalhos “deliberar sobre a perda, pelo banco BPI, da qualidade de sociedade aberta”; “deliberar, na sequência da renúncia dos administradores Vicente Tardio e Carla Bambulo, sobre a redução do número de membros do Conselho de Administração dos atuais 20 para 18”; e votar “uma proposta de nova política de dividendos”.

Nos termos de um comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a primeira proposta visa “aprovar a perda de sociedade aberta do BPI […], com a consequente atribuição de poderes a qualquer dos membros do Conselho de Administração para praticar todos e quaisquer atos necessários ou convenientes à plena execução desta deliberação, em particular quanto às respetivas formalidades de execução”.

O ponto dois da agenda da assembleia geral prende-se com a diminuição do número de administradores, depois de em 10 de maio passado o BPI ter informado da renúncia de Vicente Tardio Barutel e Carla Sofia Bambulo aos cargos de vogais do Conselho de Administração, na sequência da compra pelo CaixaBank de 8,425% do capital do banco ao grupo Allianz. Esta medida visa, afirma o BPI, “a não substituição dos membros do Conselho de administração” que, entretanto, saíram.

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No ponto três da ordem de trabalhos consta a adoção de “uma política de dividendos a longo prazo”, com o seguinte princípio geral: “A distribuição de um dividendo anual do exercício, mediante proposta a submeter pelo Conselho de Administração à assembleia geral, tendencialmente situado entre 30% e 50% do lucro líquido apurado nas contas individuais do exercício a que se reporta, devendo o montante concreto a propor ser definido à luz de um juízo prudente que tenha em conta, face à situação concreta em que o banco se encontre, a satisfação permanente dos níveis adequados de liquidez e solvabilidade”.

Desde início de 2017 que o BPI é controlado pelo grupo espanhol CaixaBank, que já tem mais de 94% do capital social, depois de em maio ter adquirido a posição da seguradora Allianz.

No primeiro trimestre deste ano, o BPI teve um lucro de 210 milhões de euros, que compara com um prejuízo de 122 milhões de euros dos primeiros três meses de 2017.