Há Portugal, Brasil, Argentina e Espanha. Não há Alemanha nem seleções africanas. Finda a fase de grupos, é tempo dos oitavos de final. Os argentinos querem esquecer a tempestade, os portugueses querem mostrar o que ainda não provaram, os brasileiros procuram o hexa e os espanhóis querem regressar ao topo do mundo. A segunda fase deste Mundial da Rússia arranca já no próximo sábado, dia 30 de junho, a dura apenas quatro dias: terça-feira já saberemos todas as seleções que passam à próxima ronda.

Reveja os jogos, as datas, as horas, os trajetos de todas as seleções e ainda os canais de televisão onde passa cada partida.

30 de junho (sábado)

França-Argentina – 15h, Kazan Arena (Sport TV1)

Uma França à procura da glória que ficou pelo caminho em Saint-Denis, uma Argentina em busca da redenção depois de uma fase de grupos (muito) atribulada. A seleção francesa não teve grandes obstáculos (só empatou a zeros com a Dinamarca num jogo em que tirou o pé do acelerador). Ficou tranquilamente e previsivelmente no primeiro lugar do grupo C e quer agora deixar a Argentina para trás e ir atrás do título que escapa desde 1998.

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A Argentina esteve muito perto de entrar num avião e voltar a Buenos Aires. Messi e companhia estiveram muitos furos abaixo daquilo a que nos habituaram e beneficiaram de uma Islândia muito longe dos vikings que estiveram no Euro 2016. Sampaoli é contestado, Messi criticado, e a favorita a ganhar passou a favorita a ser eliminada nos oitavos. Resta à seleção albiceleste vencer a França e continuar em frente para calar as vozes críticas.

Uruguai-Portugal – 19h, Estádio Olímpico Fisht (Sport TV1, RTP1)

Um bicampeão do mundo da história ancestral contra um atual campeão da Europa que quer ficar mais tempo na Rússia. O Uruguai venceu os três jogos do grupo A e não sofreu qualquer golo: chega aos oitavos de final com o espírito certo e Cavani e Suárez em forma para fazer estragos na defesa portuguesa.

Portugal sofreu para ultrapassar a fase de grupos e ainda não convenceu. Fernando Santos fala na necessidade de melhorias desde o final do primeiro jogo mas as frases ainda não se materializaram dentro de campo. Cristiano Ronaldo quer alargar o palmarés e tornar-se grande individualmente, na Europa e agora no mundo. A Seleção Nacional jogou apenas duas vezes com o Uruguai ao longo de toda a história e nunca perdeu. Será tradição para manter?

1 de julho (domingo)

Espanha-Rússia – 15h, Estádio Luzhniki (Sport TV1, SIC)

A eterna favorita e a anfitriã. A seleção espanhola beneficiou do empate de Portugal frente ao Irão (ainda que também tenha empatado com Marrocos) e classificou-se em primeiro, escapando ao teoricamente mais complicado Uruguai. A La Roja tem mostrado poucos argumentos para ir longe na competição e quer provar que ainda possui a mística responsável pelos títulos de 2008, 2010 e 2012. Hierro substituiu Lopetegui num golpe de teatro nunca visto mas o antigo jogador do Real Madrid pouco ou nada alterou a forma de jogar espanhola.

A Rússia surpreendeu nos dois primeiros jogos ao aplicar resultados expressivos (5-0 com a Arábia Saudita e 3-1 com o Egito) mas caiu no terceiro, com um claro 3-0, frente ao Uruguai. Parte com a vantagem de ser a seleção anfitriã e ter o apoio presente de milhares de pessoas. Resta saber se tem o futebol necessário para afastar a seleção de Iniesta, Diego Costa, Isco e David Silva.

Croácia-Dinamarca – 19h, Estádio Nizhny Novgorod (Sport TV1)

A Croácia chega aos oitavos de final no lugar que era supostamente, antecipadamente, teoricamente, da Argentina. Venceu todos os jogos do grupo D e qualificou-se confortavelmente. Na segunda fase, contra a Dinamarca, encarna o papel de favorita e espera fazer mais do que conseguiu no Euro 2016 (graças àquele golo de Quaresma já no prolongamento).

A Dinamarca apurou-se no cerne de um grupo que não era fácil: a presença de França e do Peru complicava as contas para a seleção de Eriksen. A vitória sobre os sul-americanos foi crucial para garantir a passagem aos oitavos da seleção europeia, que foi a única a não quebrar defronte dos franceses. A Dinamarca procura repetir o feito de 1992, quando surpreendeu meio mundo e se tornou campeã da Europa na Suécia.

2 de julho (segunda-feira)

Brasil-México – 15h, Samara Arena (Sport TV1)

Aquele primeiro jogo, com a Suíça, fez tremer o Rio, São Paulo e Belo Horizonte. O país do futebol, do joga bonito, do brinca na areia, podia mesmo ficar de fora do Mundial logo na primeira fase. Durante aqueles 91 minutos em que a canarinha não conseguiu marcar à Costa Rica, o cenário ficava cada vez mais negro. O hexa cada vez mais longe. O estrelato de Neymar, esse, nem se fala. Mas apareceu Philippe Coutinho: o homem que saiu do Brasil, voou para Itália, andou emprestado por Espanha e aterrou em Inglaterra para agora brilhar em Barcelona.

Coutinho, Neymar e Jesus vão encontrar Vela, Chicharito e Guardado. O México venceu a campeã em título Alemanha, deixou para trás a Coreia do Sul e caiu com estrondo perante a Suécia – beneficiou do descalabro alemão para garantir os oitavos. Ainda que não estejam nos píncaros daquilo que podem fazer, os homens de Juan Carlos Osorio querem assumir o papel de principal candidato sul-americano ao título e mandar o Brasil de regresso a casa.

Bélgica-Japão – 19h, Rostov Arena (Sport TV1, RTP1)

A eterna candidata quiçá favorita contra a surpresa. Os belgas não brincam em serviço: venceram os três jogos, ganharam o grupo, foram a seleção com mais golos e têm no avançado Lukaku o segundo melhor marcador do Mundial (em ex aequo com Cristiano Ronaldo). É verdade que Panamá e Tunísia não são grande oposição, mas os belgas venceram a Inglaterra sem nove (!) titulares e assumem-se como a equipa que melhor futebol demonstrou nesta primeira fase. Mais não seja, por não ter comprometido como todos os outros “tubarões”.

Num grupo que incluía Colômbia, Senegal e Polónia, o Japão aparecia como a seleção que mais teria de se esforçar para chegar aos oitavos. Começou logo a surpreender: venceu a Colômbia e empatou a dois golos com o Senegal. Perdeu esta quinta-feira com a Polónia, num jogo onde pareceu não ter a inspiração do desenho animado Oliver Tsubasa que surgiu nas outras duas partidas, e foi a primeira equipa da história dos Mundiais a apurar-se graças aos cartões amarelos – ou à falta deles. Em igualdade com o Senegal em todos os outros critérios, foi mesmo preciso recorrer ao fair play para decidir entre os asiáticos e os africanos. Passou o Japão. E agora é aguardar pelo que os samurais podem fazer.

3 de julho (terça-feira)

Suécia-Suíça – 15h, Estádio S. Petersburgo (Sport TV1, RTP1)

Num jogo que provoca calafrios a todas as pessoas que assobiam quando pronunciam um ‘s’, a verdade é que, se o mundo ainda girasse da mesma forma e Gary Lineker continuasse a ter razão, este era o lugar da Alemanha. A Suécia perdeu com os germânicos mas ganhou redondamente aos mexicanos, acabando por beneficiar da hecatombe da equipa de Joaquim Low. E assume desde já o papel de tomba gigantes: não esquecer que os suecos deixaram de fora Itália, ao vencer o playoff de acesso a este Mundial da Rússia. Não sendo a Suíça um “tubarão” assumido, o que será dos vikings?

A Suíça entrou no Mundial da Rússia como poucos se podem gabar: a empatar com o Brasil. Venceu a Sérvia, tremeu com a Costa Rica mas acabou por confirmar mesmo o apuramento. A única seleção que conseguiu impor uma derrota à Seleção Nacional durante a qualificação chega aos oitavos-de-final pronta para surpreender.

Colômbia-Inglaterra – 19h, Estádio Spartak (Sport TV1)

James e Falcao meet Kane e Sterling. Um dos jogos mais interessantes destes oitavos de final, principalmente pelo clash entre aquilo que de melhor se faz no futebol sul-americano e o epíteto do futebol inglês. À entrada para a última jornada da fase de grupos, a Colômbia tinha a vida muito complicada, depois de ter empatado com o Japão no primeiro jogo: precisava de vencer o Senegal e esperar que os japoneses não tivessem um resultado positivo, algo que se adivinhava difícil. Mas foi o que aconteceu. Os colombianos bateram o Senegal – mesmo sem James desde a meia-hora de jogo – e os samurais perderam com os polacos.

A Inglaterra chega aos oitavos de final do Mundial da Rússia com uma confiança que não tem paralelo nos últimos anos. O plantel renovado, que junta experiência com juventude, encontra no selecionador Gareth Southgate a compreensão que não existia com Roy Hodgson. Os ingleses bateram a Tunísia no primeiro jogo e golearam o Panamá, caindo apenas perante a Bélgica – e sem oito titulares. A Inglaterra quer regressar aos tempos áureos e voltar a conquistar o título que escapa desde 1966. Sim, o ano de Eusébio.