A partida entre Portugal e o Uruguai começou com um golo, mas não com o da Seleção Nacional, como quase se tornou habitual na fase de grupos. A dupla Suárez-Cavani fez estragos na defensiva portuguesa e a formação de Fernando Santos viu-se a perder aos 7 minutos.
O erros dos defesas
A falha na defensiva portuguesa foi salientada no Brasil, tanto no Lance como no Globo.
A espanhola Marca referiu que Portugal “tinha avisado” que podia marcar, mas “em dois passes” um “golaço” uruguaio mudou os planos da equipa nacional.
Logo após o golo uruguaio, o El Mundo deu conta de um pormenor de reportagem: os assobios a Ronaldo no estádio, cada vez que tocava na bola.
A estratégia de Portugal
Os jornais internacionais olharam para a estratégia das equipas após o golo. O Lance destacou que Portugal “apenas cercava” o adversário, que ficou com a posse de bola.
Já o Globo analisou da forma oposta: Portugal teve posse e pressionou bem a saída de bola uruguaia.
A mesma análise fez a Marca, que considerou que a seleção sul-americana prescindiu de ter bola e deu “uma lição na defesa”. O AS concorda: Portugal tinha iniciativa, mas não conseguia “romper o muro” contrário.
O El Mundo sublinhou que o golo madrugador do Uruguai tornou “mais conservadora” a estratégia da equipa.
O inglês The Guardian também salientou a pressão portuguesa, a empurrar o Uruguai para o seu meio-campo defensivo, mas a considerar que não havia caminhos para o golo, fruto da solidez da equipa de Óscar Tabárez.
A defesa de Rui Patrício
O minuto 22 ficou marcado por (mais) uma defesa decisiva de Rui Patrício, a remate de Suárez. A “mão salvadora” do guardião português foi salientada no Lance, Globo, AS e The Guardian.
O empate de Portugal
Ao minuto 55, Pepe vestiu a camisola de herói improvável, ao cabecear para o fundo das redes assistido por Raphael Guerreiro. Foi o primeiro golo encaixado pela seleção de Óscar Tabárez neste Mundial.
O AS considerou que o 1-1 “mudou tudo no jogo”, com as duas equipas mais abertas na busca da vantagem. O EL País acredita que o remate certeiro de Pepe “despertou Portugal”, enquanto o El Mundo ficou expectante na reação uruguaia, visto que a equipa estava muito “confortável” na liderança do marcador.
No Brasil, o Lance sublinha que é “coisa rara” o Uruguai sofrer golos de cabeça, já o Globo destaca outro pormenor: Portugal usou uma tradicional arma uruguaia, as bolas paradas. O Goal debruça-se sobre a reação portuguesa, a fazer pressão depois de empatar.
O inglês The Guardian disse que a defesa uruguaia ficou “a dormir” e que a igualdade no resultado trouxe “incerteza à defesa do Uruguai”. O The New York Times destacou que Portugal estava melhor com a bola.
O bis de Cavani e o desespero de Portugal
Mas tudo o que é bom dura pouco e, neste caso, durou sete minutos. Aos 62′, Cavani desferiu novo remate certeiro (e um grande remate, diga-se), voltando a atirar Portugal para a posição mais desfavorável do marcador. “Quando parecia que o Uruguai estava a vir abaixo com o golo de Pepe, voltou a aparecer o goleador Cavani e converteu um golaço”, escreveu o El País. O AS disse que, ainda assim, Portugal mantinha a iniciativa.
O The New York Times disse o mesmo por outras palavras: “Portugal atira os seus homens para a frente”. O diário norte-americano salientou ainda o “desespero” da Seleção Nacional.
O brasileiro Globo sublinhava que os uruguaios “tinham trabalho” e o Goal considerava que Portugal “preenchia mais o campo de ataque”.
O The Guardian sintetizou tudo: “É o ataque versus defesa neste momento”.
Portugal eliminado
Todos os esforços foram em vão: Portugal foi mesmo eliminado. O Globo usou o ‘siiiiii’ de Cristiano Ronaldo (neste caso o seu oposto) para fazer a manchete do adeus da Seleção.
O espanhol AS aproveitou uma das imagens do jogo para dizer que “Cavani despede Ronaldo”.
Ronaldo é também o destaque do britânico The Guardian e do italiano La Gazzetta dello Sport. “Glorioso bis de Cavani manda Ronaldo e companhia para casa” diz o primeiro, quanto ao segundo considera que “Cavani exalta o Uruguai e Ronaldo desilude”.