A Network Entertainment e a Paramount Network anunciaram no início do ano que estavam a preparar um documentário sobre a morte de Paul Walker, o actor que, juntamente com Vin Diesel, era uma das estrelas da saga Velocidade Furiosa. Anunciaram agora, via CNN, que o filme está pronto e vai estrear a 9 de Agosto.
O produtor executivo da Network Entertainment, Paul Gertz, revelou-se “eufórico com a possibilidade de continuar a colaboração com a Paramount Netwoks na série I Am”, quando o documentário foi anunciado nos primeiros dias de 2018.
Estamos orgulhosos de liderar o quarto filme em colaboração com a Paramount, especialmente através deste envolvente documentário sobre o talentoso Paul Walker”, declarou Gertz.
Walker faleceu em 2013, num acidente de automóvel, quando seguia ao lado do seu amigo Roger Rodas, que também pereceu no embate quando conduzia o seu Porsche Carrera GT de 2005. Walker, de 40 anos, era uma estrela de Hollywood muito querida do público, pelo menos daquele que revela uma maior preferência por filmes de acção, sobretudo se envolvem automóveis, perseguições no limite e acrobacias que desafiam as leis da física.
O documentário corre o risco de reavivar a polémica que envolveu o acidente, que matou Rodas e Walker. Independentemente dos eventuais excessos do condutor, o embate numa árvore não teve uma gravidade que justificasse o triste desfecho, tendo ficado provado posteriormente, depois de muita análise por entidades independentes – com a Porsche a negar sempre a sua responsabilidade na morte do actor e do amigo – que não só Walker sofreu danos demasiados severos (para a velocidade do embate) ao nível do tórax e pélvis, como o seu cinto de segurança bloqueou depois do acidente, impedindo Paul Walker de sair pelo seu pé, ou de ser socorrido.
De salientar que até mesmo veículos como o Renault Clio, substancialmente mais baratos, estão equipados com sistemas de limitação de esforço nos cintos de segurança, para evitar o tipo de ferimentos que o actor apresentava no corpo e que os fechos dos cintos forçosamente devem funcionar na perfeição depois de um embate a uma velocidade que, segundo a investigação inicial era de 144 km/h, mas que na análise solicitada pela viúva de Rodas, não só era apenas de 88 km/h, como a origem do incêndio teve a ver com uma fuga de combustível, por falta de sistemas de retenção de segurança.
Após as conclusões das investigações, os pais e a filha do Actor processaram a Porsche, que se inicialmente negou responsabilidade, acabou depois por realizar um acordo com ambos os familiares, que quis manter secreto, antes do caso ir a tribunal.
O novo documentário irá exacerbar ainda mais a eventual responsabilidade da Porsche na morte do actor e do seu amigo. A dimensão dos estragos, para o fabricante germânico, depende da exposição que a produção dê às circunstâncias que envolveram as duas mortes, dos problemas do veículos e do acordo efectuado para evitar uma necessariamente mais mediatizada disputa em tribunal. Veja aqui a reconstrução do acidente: