A grande maioria das marcas de fiambre, queijo, sopas de pacote e tostas terá de cortar em mais de 80% do sal até 2020 para cumprir as metas do Governo e do Serviço Nacional de Saúde. Dois estudos realizados pelo Departamento de Alimentação e Nutrição do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge concluíram que a larga maioria dos produtos analisados estão muito acima dos níveis e sal e açúcar estipulados na Estratégia Integrada para a Promoção da Alimentação Saudável.
No caso do sal, o excesso é comum a praticamente todos os produtos analisados. As marcas de sopas prontas a comer terão de cortar em 80% do sal até 2020: de acordo com a TSF, apenas quatro das 382 sopas de pacote analisadas estão abaixo do limite designado pelo Governo português e aconselhado pelo Serviço Nacional de Saúde.
Já no caso dos fiambres – de porco, frango e peru – nenhuma marca cumpre o teor de sal aconselhado: 0,3 gramas por cada 100 gramas de fiambre, o que significa que a redução de sal até 2020 vai estar na ordem dos 87,5%. No que diz respeito aos queijos (foram considerados flamengo, fresco, mozzarella, creme, etc), apenas dois dos 93 incluídos no estudo cumprem as metas estipuladas na Estratégia Integrada para a Promoção da Alimentação Saudável.
O sal no queijo torna-se ainda mais problemático se lhe juntarmos o sal presente nas tostas que normalmente o acompanham. Das 126 marcas diferentes de tostas (normais, vários cereais e integrais), somente duas cumprem os valores de referência, o que indica que até 2020 a redução do teor do sal vai rondar os 70%.
No que diz respeito ao açúcar, os números tornam-se ainda mais preocupantes devido ao facto de a maioria dos produtos serem ingeridos em larga quantidade por crianças. No caso dos iogurtes, apenas 22 iogurtes sólidos dos 167 analisados cumprem as metas estabelecidas – ao passo que todas as marcas de iogurtes líquidos têm açúcar a mais. Já nos cereais, só seis marcas (sempre flocos de milho ou cereais integrais) apresentam o teor de açúcar recomendado.
Tanto no caso dos iogurtes como nos cereais, o nível de açúcar terá de ser reduzido para um quarto ou um quinto do atual até 2020 para cumprir as metas da Estratégia Integrada para a Promoção da Alimentação Saudável.
Os dois estudos do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge alertam para os perigos que o excesso de sal e açúcar traz para a saúde e sublinham a necessidade de intervir junto das marcas que fabricam estes produtos e informar os consumidores.