A Parvalorem, gestora de três mil milhões de euros de ativos tóxicos do antigo BPN, mantém quase 200 obras de arte avaliadas em 5,3 milhões de euros dentro de um cofre, noticiou o jornal Público. Entre essas obras há trabalhos de Amadeo de Souza-Cardoso, Maria Helena Vieira da Silva ou Paula Rego. Mas o Ministério das Finanças ainda não sabe o que fazer com essas obras de arte. Francisco Nogueira Leite, presidente da Parvalorem, garantiu ao Público que vai conversar com o Ministério da Cultura e que “aguarda uma clarificação, por parte do Estado, quanto ao eventual interesse de que uma parte das obras, ou a sua totalidade, permaneça na esfera pública, encontrando-se uma decisão final ainda em aberto”.
Entre as obras guardadas no cofre há trabalhos de 88 artistas portugueses e 31 autores estrangeiros de 15 nacionalidades diferentes, contabiliza o Público. Segundo Francisco Nogueira Leite, grande parte desses quadros chegaram a esse cofre nos últimos seis anos, já que “foram transmitidas pelo BPN no momento da sua reprivatização, ou foram posteriormente recebidas em dação, para pagamento de dívidas”. Três dos quadros têm um regime especial porque “foram transmitidas pelo BPN no momento da sua reprivatização, ou foram posteriormente recebidas em dação, para pagamento de dívidas”.
A localização exata desse cofre não é conhecida, explica o Público: o presidente da Parvalorem disse que ele ficava “numa entidade especializada no armazenamento e transporte de obras de arte, com todas as condições de segurança 24 horas por dia e cobertas por adequados seguros”, mas que três deles estão nas mãos. Fundação Árpád Szenes-Vieira da Silva. É assim desde 2016. Antes, 192 das obras estavam guardadas na antiga sede do BNU, em Lisboa, na Avenida 5 de Outubro, que pera Caixa Geral de Depósitos, que geria o BPN entre 2008 e 2012.
As obras têm um valor líquido de balanço de 3,5 milhões de euros mas a Parvalorem avalia-as em 5,3 milhões de euros se introduzidas no mercado. Estas são as mais recentes notícias acerca do acervo cultural da Parvalorem, que esteve para ser vendido quando Pedro Passos Coelho, então primeiro-ministro, o quis vender por leilão através da Christie’s. O Partido Socialista não quis a venda, por isso travou o negócio e as obras voltaram à base. Em 2017, António Costa considerou-as “de inestimável valor cultural” e colocou-as na Fundação Serralves já como Património Cultural do Estado Português. Aí, o número de obras da Parvalorem reduziu para 195.