Os bombeiros da Califórnia disseram pela primeira vez, na quarta-feira, que fizeram bons progressos no combate ao maior fogo florestal na história do estado, mas que só esperam tê-lo sob controlo em setembro.

O incêndio, que lavra a norte de São Francisco, cresceu para o tamanho da cidade de Los Angeles desde que começou há duas semanas, alimentado pela vegetação seca, por ventos fortes e por um terreno acidentado, que torna perigoso o ataque direto dos bombeiros às chamas, espalhadas por 1.217 quilómetros quadrados. Os bombeiros conseguiram conter cerca de metade das frentes do fogo, afirmou o Departamento da Floresta e Proteção de Fogo da Califórnia (Cal Fire). O fogo, que evolui a 160 quilómetros a norte de São Francisco, já destruiu 116 casas e feriu dois bombeiros.

A Califórnia está a assistir à mais prematura, prolongada e destrutiva época de incêndios, devido à seca, ao tempo quente, atribuído às alterações climáticas, e à crescente construção de casas cada vez no interior da floresta.

O chefe de batalhão do Cal Fire, Jonathan Cox, disse que a área é caracterizada por possuir poucas barreiras naturais para diminuir o avanço do fogo e por um terreno que impede a ação dos bombeiros. Assim, os bombeiros recuam para a estrada, o rio, o monte, que esteja mais próximo, onde empregam os ‘bulldozers’ para limparem o terreno e esperarem pelo fogo. As autoridades admitem que esta venha a ser a pior época de incêndios que a Califórnia já viveu até agora, uma vez que os meses historicamente mais perigosos ainda estão por chegar.

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A combater os fogos estão 14 mil efetivos, provenientes de todo o Estado e liderados pelo Cal Fire. Esta entidade emprega 5.300 efetivos a tempo inteiro e recorre a mais 1.700 na época dos fogos. Estes incluem presos, que são formados, e bombeiros que vêm de 17 Estados e do estrangeiro. Estes efetivos têm ao dispor mais de mil veículos, 59 máquinas de rasto, 22 tanques aéreos, 17 aviões, 12 helicópteros e 11 cozinhas móveis.

A combater o fogo estão 1.916 presos. A Cal Fire treina detidos, em situação de segurança mínima, a quem paga um dólar por hora quando estão no terreno, ou dois dólares por dia quando não estão em serviço. Estes detidos também beneficiam de redução da sentença por cada dia a combater o fogo. Fazem um trabalho semelhante ao de qualquer bombeiro, trabalhando longas horas e dormindo em tendas com outros detidos. A maioria está na linha da frente, usando serras e ferramentas manuais para remover a vegetação facilmente incendiável, de forma a impedir o avanço das chamas.

O Cal Fire conta ainda com a colaboração de 53 bombeiros recém-chegados da Austrália e Nova Zelândia, enquanto 200 soldados estão a receber formação de combate a incêndios, devendo ser deslocados para a Califórnia na próxima semana.