Ao todo foram 312 feridos, nove deles graves. Estes foram os números avançados pela imprensa espanhola sobre o acidente que o ocorreu no festival O Marisquiño, na cidade espanhola de Vigo, onde um passadiço cedeu com o peso da assistência durante um concerto. Apenas há dois dias atrás, o presidente da câmara de Vigo, Abel Caballero, alertava para a deterioração do porto.
Um artigo publicado este domingo pela Cadena Ser dava conta de “telhas quebradas” e das más condições em que as fundações que suportavam o tráfego se encontram, que muitas vezes ultrapassa as 100 toneladas, devido aos transportes de cargas vindas do porto.
O presidente da câmara, que remete a responsabilidade das obras para a autoridade portuária, afirmou que, dado a ausência de propostas por parte do porto, ele próprio faria uma proposta. “Não fazem uma proposta, faço-a eu”, afirmou Caballero. Pagar as obras de restauro do passeio marítimo a meias, metade pago pela câmara municipal, metade pago pelo porto.
O mau estado do passadiço não era novidade. No dia 7 de agosto a porta-voz municipal, Elena Muñoz, tinha utilizado o Twitter para desejar que o passadiço, que se apresentava “numa situação perigosa”, não causasse problemas “durante e depois do evento”.
Esta es semana de #OMarisquiño pero el lugar donde se celebra no está en condiciones. Maderas rotas, puntas al aire… el Paseo de las Avenidas presenta una situación peligrosa. Esperemos por el bien de todos que no pase nada durante ni después del evento. https://t.co/XtTAS7rNpi
— Elena Muñoz Fonteriz (@ElenaMunozF) August 7, 2018
“Já passaram anos e ninguém fez o trabalho de manutenção”, alertou Muñoz, em entrevista ao jornal espanhol ABC. Elena Muñoz, apesar de concordar que a responsabilidade da manutenção recai sobre o porto, mantém a opinião de que, em última instância, a culpa é da câmara por ter autorizado a realização de concertos numa estrutura em franca deterioração.