Para quem está a pensar em fazer uma dieta sem hidratos de carbono — que se tornou popular como uma opção para a perda de peso e considerada até mais saudável — , é melhor ter atenção à quantidade que vai cortar e como a vai substituir. Um estudo intensivo realizado nos Estados Unidos concluiu que uma dieta com poucos hidratos, como batatas, pão, arroz, massa e cereais, pode encurtar a esperança média de vida até quatro anos. Por isso, o melhor é optar pelo seu consumo, ainda que moderado.

O estudo foi publicado na revista científica The Lancet Public Health e revelou que quem consome entre 50 a 55% de hidratos de carbono — o chamado grupo moderado — tem um menor risco de morte, em comparação com os grupos de poucos e de muitos hidratos, que estão relacionados com “ciclos de vida mais curtos”. Trata-se de uma esperança média de vida quatro anos maior do que os que consomem apenas 30%, 2.3 anos a mais dos que consomem entre 30 a 40% e mais 1,1 anos do que os que consomem 65%.

Ao mesmo tempo, os investigadores descobriram que substituir os hidratos por gorduras de origem vegetal, como as derivadas de legumes, frutas e nozes, diminui ligeiramente o risco de mortalidade. Pelo contrário, uma dieta com poucos hidratos substituída por fontes de alimento e gordura de origem animal, como carne de porco, vaca e frango, “devem ser desencorajadas”, disse Sara Saidelmann, a investigadora que liderou a pesquisa. Segundo a médica, este tipo de alimentos têm sido associados à inflamação e ao envelhecimento do corpo.

Para Nita Forouhi, da Universidade de Cambridge, citada pela BBC, “a mensagem realmente importante deste estudo é que não é suficiente concentrar-se nos nutrientes, mas se eles são derivados de fontes animais ou vegetais”.

O estudo baseou-se num questionário feito a 15.400 pessoas dos Estados Unidos sobre a bebida e os alimentos que consumiam, juntamente com o tamanho e proporção servida. A partir daí, os investigadores seguiram os hábitos do grupo durante 25 anos, de forma a ter resultados consistentes. No entanto, a investigação tem também algumas limitações: os resultados basearam-se numa metodologia de observação e não de causa e efeito.

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