O BE considerou este sábado positiva a redução do preço dos passes sociais em Lisboa, proposta pelo presidente da Câmara, Fernando Medina, mas avisou que “sem investimento fica um pouco aquém daquilo que, de facto, é necessário”.

Em entrevista ao jornal Expresso, hoje publicada, o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, anunciou que fez uma proposta ao Governo para que este inclua na proposta do Orçamento do Estado para 2019 uma medida para que o passe social não custe mais do que 30 euros por mês na cidade de Lisboa e 40 euros por mês nos 18 municípios da área metropolitana.

Em declarações à agência Lusa, à margem da ‘rentrée’ política do partido, a deputada do BE no parlamento e na Assembleia Municipal de Lisboa, Isabel Pires, começou por considerar que esta é uma “medida positiva” e um “bom princípio de conversa para uma alteração profunda no transporte público”, mas avisou que “sem investimento fica um pouco aquém daquilo que, de facto, é necessário”.

Medina quer revolucionar preço dos transportes públicos

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“A outra questão que nos parece essencial e que faltou nas declarações que Medina fez tem a ver com também uma visão do que é que é um serviço público de transportes e com o investimento que é necessário no material circulante, nas condições que são dadas porque não basta baixar os preços se as pessoas sentirem que o transporte não lhes é suficiente”, concretizou.

Segundo Isabel Pires, “tem de haver uma conjugação de baixar o preço e aumentar a qualidade” e, no caso concreto do comboio e do Metro de Lisboa, “tem de haver um esforço de investimento público bastante grande”.

Isso não é novidade, o BE tem proposto todos os anos o aumento desse investimento”, recordou.

Aliás, continuou a deputada, “o BE durante vários anos, seja na Assembleia da República e mesmo na própria Assembleia Municipal de Lisboa, já várias vezes propôs que existisse uma baixa de preço para os passes”.

“E neste caso, parece-nos que também aquilo que está a ser equacionado é uma uniformização dos passes na Área Metropolitana de Lisboa e isso também é uma proposta que o Bloco tem vindo a debater ao longo dos anos”, destacou.

Isabel Pires lembrou ainda que no acordo que foi assinado com o PS para a Câmara de Lisboa depois das últimas autárquicas “está lá incluída uma indicação de que se farão os esforços possíveis para que exista uma alteração radical na área metropolitana de Lisboa no que toca aos passes”.

Outra das áreas em que o BE deixa avisos tem a ver com a necessidade de “assegurar que determinadas faixas têm direito também a algum desconto”, como seja os jovens até aos 18 anos, universitários, pessoas com mais de 65 anos e desempregados”.

Também o PCP já reagiu a esta entrevista e considerou, no mesmo sentido, que esta medida tem de ser acompanhada pelo aumento do investimento.

“Esta proposta é capaz de atrair mais utentes para o sistema de transporte e de reduzir o recurso ao transporte individual. Mas esta componente não é única, é preciso outra e é muito importante que essa se concretize também. É preciso que haja oferta, é preciso aumentar a oferta de transportes públicos”, afirmou Gonçalo Tomé, do Comité Central do PCP, à agência Lusa.