A quarta edição do FOLIO — Festival Literário Internacional de Óbidos, arranca no dia 27 e prolonga-se até 7 de outubro, com mais de 830 horas de programação em torno do tema “Ócio, Negócio — A Invenção do Futuro”.

“Como será a relação entre o ócio e o negócio e o que nos reserva o futuro em termos de novas tecnologias”, é a reflexão que, segundo o presidente da Câmara de Óbidos, Humberto Marques, a autarquia pretende lançar na quarta edição do FOLIO — Festival Literário Internacional de Óbidos.

O festival abre portas no dia 27 sob o tema “Ócio, Negócio — A Invenção do Futuro”, para “onze dias de debate sobre um tema atual e abrangente”, no âmbito de uma programação em que, segundo o presidente da autarquia, “sinalizará também os 20 anos da atribuição do Prémio Nobel da Literatura a José Saramago”. A efeméride será tema de uma conversa entre Anabela Mota Ribeiro e a presidente da Fundação Saramago, Pilar del Rio, a propósito do lançamento do livro Último Caderno de Lanzarote, o último volume dos diários do escritor, edição Porto Editora, a realizar na Casa Saramago, inaugurada este ano em Óbidos.

No total serão, de acordo com o autarca, “831 horas de programação que envolverão 554 participantes diretos”, entre autores, pensadores, artistas e criativos que participarão nas 26 mesas de escritores, 25 concertos e 11 exposições, que compõem o programa com mais de 185 atividades.

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Carlos Franz (Chile), Karla Suárez (Cuba), Abdul Rahman Azzam (Qatar), Ismael Mateus (Angola), António Torres (Brasil), José Manuel Fajardo (Espanha) são alguns dos escritores estrangeiros com participação já confirmada. A organização aguarda ainda confirmação de Arturo Pérez-Reverte, numa mesa sobre “O Negócio da Guerra”, que deverá contar também com Nuno Camarneiro, João Soares, Luís Amado e o general Loureiro dos Santos. Os autores Hugo Mezena, José Riço Direitinho, Henrique Manuel Bento Fialho, Dulce Maria Cardoso Alfredo Cunha e Ana Sousa Dias são alguns dos portugueses presentes na edição.

Numa parceria com a editora Tinta-da-China, o festival será também palco da gravação do programa “Governo Sombra” e que, uma vez mais, também juntará na vila os humoristas Ricardo Araújo Pereira e Gregório Duvivier (Brasil).

Dividido em cinco capítulos (Autores, Folia, Educa, Ilustra e Paralelo), como nos anos anteriores, o festival substitui nesta edição o Folio Paralelo pela Boémia, “uma programação que juntará leitores e autores em locais improváveis, para lá da meia-noite”, explicou Humberto Marques à Lusa. No capítulo Ilustra, o festival voltará a ser palco da PIM — Mostra de Ilustração e do mercado de ilustração. No âmbito do Folio Educa, o IV Seminário Internacional reunirá em Óbidos destacados pensadores nacionais e internacionais na área da educação e do ensino.

Teatro, fado, folk, a prestação de orquestras da região e de solistas da Orquestra Metropolitana de Lisboa também fazem parte do cartaz da Folia, nos 11 dias de festival. Pelo segundo ano consecutivo o Folio inclui também cursos de escrita criativa e um “Curso Breve” ministrado por Gonçalo M. Tavares, a partir do livro O Senhor Valéry e de Breves notas sobre Literatura Bloom.

A quarta edição do Folio tem um orçamento de 256 mil euros mas, segundo Humberto Marques, “a programação suportada pelos vários parceiros equivale a um investimento total na ordem de 1,5 milhões de euros”. O festival conta com os apoios do Turismo de Portugal e do Turismo do Centro, cada um dos quais com uma comparticipação de 20 mil euros, e deverá ainda receber uma comparticipação do Ministério da Educação, num montante a definir.