O presidente do Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ), Augusto Baganha, vai pôr uma ação em tribunal contra o secretário de Estado da Juventude e Desporto, João Paulo Rebelo, depois de ter sido demitido por despacho no dia 20 de Agosto deste ano, noticia o jornal Público. O objetivo de Baganha é obter uma providência cautelar do Tribunal Judicial de Lisboa que declare ilegal a decisão governamental e o recoloque na liderança do IPDJ de forma a que possa concluir o seu mandato. Baganha promete mesmo levar o caso “até às últimas consequências” na justiça, afirmou.

Em declarações ao Público, Baganha afirmou “não entender” o motivo por trás da sua demissão, a um ano de o Governo cessar funções no IPDJ. O presidente demitido falou também em “pressões” e “ambientes estranhos” por partes do grandes do futebol português, depois de o Instituto por si liderado ter decidido interditar o Estádio da Luz por quatro dias e de ter aplicado várias multas ao Sporting e ao Benfica.

“É ainda mais incompreensível” depois do “trabalho de reestruturação” que fez no IPDJ, reconhecido “por todos”, afirma Baganha.

Foram seis anos difíceis. Quando aqui cheguei, o IPDJ tinha dívidas de cerca de 15 milhões de euros e agora tem um saldo positivo de 20,8 milhões de euros”, acrescenta.

“Pressões por parte dos visados há sempre. Mas desta vez houve mais do que pressões. Havia um ambiente estranho sempre que havia castigos ou multas. Havia um mau estar, algo diferente que se sentia.”, afirma Augusto Baganha.

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Acusa o Governo de “priveligiar a máquina socialista”

O jornal A Bola noticiou que Vítor Pataco, considerado “um homem próximo do PS” e vice-presidente do Conselho Diretivo dissolvido em Agosto, será o sucessor de Baganha. De acordo com o jornal desportivo, a vice-presidência também ficará a cargo de Sónia Paixão, ex-candidata do PS à Câmara de Loures e atual diretora do departamento de desporto da Câmara de Lisboa.

Augusto Baganha levantou questões acerca do “timming à forma repentina” com que foi escolhida a apresentação do despacho. O presidente demitido aponta a uma “promiscuidade clara e visível entre o PS e o Governo”, sublinhado que o secretário de Estado “João Paulo Rebelo reage de forma sectária e privilegia a máquina socialista”.

“Queremos uma administração pública isenta de cores partidárias e deve privilegiar-se o mérito e a competência. A providência cautelar é o primeiro de muitos passos para denunciar o que tivermos de denunciar, pois o balanço do passado, do presente e do futuro são muito diferentes. E isso exigiu de nós muito trabalho, esforço e dedicação” afirma o presidente demitido.