A Comissão Europeia quer criar uma polícia fronteiriça europeia que permita passar de vez a responsabilidade do controlo migratório para o plano comunitário, escreve o jornal espanhol El País este sábado, acrescentando que a proposta fará parte do discurso de Jean-Claude Juncker sobre o Estado da União, na próxima quarta-feira, em Estrasburgo.

De acordo com a notícia do El País, o discurso de Juncker deverá apresentar as principais linhas de atuação do seu último mandato à frente da Comissão Europeia. As migrações são um dos temas prioritários — numa altura em que partidos anti-imigração assumem governos em vários países da UE, como Itália, Áustria ou Hungria.

No centro do discurso de Juncker estará a criação de uma polícia fronteiriça comunitária com plenos poderes de atuação em todo o território da União Europeia, que seja a autoridade máxima pelo controlo das migrações irregulares nas fronteiras externas da UE.

A criação da Frontex (Agência Europeia de Gestão da Cooperação Operacional nas Fronteiras Externas) em 2004 e da guarda fronteiriça europeia subordinada às autoridades nacionais em 2016 foram os primeiros passos. Mas, agora, com a criação da nova força, Juncker espera que o controlo fronteiriço passe definitivamente a ser feito a nível europeu.

O presidente da Comissão Europeia vai apresentar também outras propostas, nomeadamente para permitir a facilitação da entrada de migrantes na União Europeia de forma legal e controlada.

Ao mesmo tempo, em cima da mesa neste discurso do estado da União estará também a preocupação com os possíveis ataques informáticos e as campanhas de desinformação no decorrer das eleições europeias de 2019, com Juncker a apresentar propostas que permitam vigiar e controlar possíveis interferências no processo eleitoral.

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