A médica cirurgiã Helena Lopes da Silva, fundadora do Bloco de Esquerda (BE) e sua ativista, morreu este sábado aos 69 anos em Lisboa, anunciou o partido. A coordenado do Bloco, Catarina Martins, aproveitou as redes sociais para prestar homenagem à “mulher de esquerda, feminista, corajosa e solidária” que era Helena Lopes da Silva. “Com sorriso franco e abraço fortes, das imprescindíveis”.
Helena Lopes da Silva (1949-2018) Mulher de esquerda, feminista, corajosa e solidária. Com sorriso franco e abraço forte. Das imprescindíveis https://t.co/BWtMrMSXu6
— Catarina Martins (@catarina_mart) September 8, 2018
Nascida em Cabo Verde, Helena Lopes da Silva foi em Portugal que tirou o seu curso de medicina e exerceu a sua atividade profissional como cirurgiã e docente universitária.
Helena Lopes da Silva foi militante de esquerda pela libertação das ex-colónias portuguesas, membro da LCI, que deu origem ao PSR, cuja lista às eleições europeias encabeçou em 1994, e fez parte dos movimentos pelo ‘Sim’ à despenalização do aborto nos referendos.
Helena Lopes da Silva manteve ainda um contacto intenso com Cabo Verde, onde fazia parte do Conselho de Estado. Numa nota enviada à Lusa, o BE apresenta “as mais sentidas condolências” aos familiares e amigos, sublinhando que o Bloco de Esquerda perdeu uma das suas militantes e “a Esquerda perdeu uma das suas grandes lutadoras sociais”.
Helena Lopes da Silva (1949-2018) https://t.co/s9IjeJ6WfN pic.twitter.com/dx2aMdm28E
— Esquerda.Net (@EsquerdaNet) September 8, 2018
A nota de pesar do Bloco de Esquerda:
“Morreu hoje Helena Lopes da Silva, fundadora do Bloco de Esquerda e sua ativista desde sempre. Nascida em Cabo Verde, fez em Portugal o seu curso de medicina e exerceu a sua atividade profissional como cirurgiã e docente universitária. Com 69 anos, Helena foi militante da esquerda anti-colonialista contra a ditadura e depois membro da LCI, que deu origem ao PSR, cuja lista às eleições europeias encabeçou em 1994. Foi uma das criadoras da Campanha Nacional pelo Aborto e Contracepção (CNAC), que deu origem à mobilização pelos direitos das mulheres contra a criminalização do aborto. Perdeu o referendo de 1998 e ganhou o seguinte, tendo sido sempre uma das destacadas dirigentes feministas. Como médica, impulsionou o movimento dos Médicos pela Escolha, que foi crucial nessa vitória. Manteve um contacto intenso com o seu país de origem, onde fazia parte do Conselho de Estado.
Viveu em 1999 o entusiasmo da criação do Bloco, que acompanhou em todos os seus momentos. Deu a sua opinião, juntou gente, foi coerente, foi como era, combativa e forte. Lembraremos a sua atitude, a sua frontalidade, a sua vontade, a sua amizade e o seu internacionalismo.
O Bloco de Esquerda apresenta aos seus familiares e amigos as mais sentidas condolências. Perdemos uma das nossas militantes e a esquerda perdeu uma das suas grandes lutadoras sociais. Continuaremos a lutar como ela.”