A imagem mostra a extensão da sutura do candidato presidencial, Jair Bolsonaro, esfaqueado na última quinta-feira durante a campanha eleitoral e foi publicada pelo senador brasileiro Magno Malta. Vários utilizadores das redes sociais começaram a levantar dúvidas quanto à sua veracidade e a chamarem a atenção para pormenores que podiam comprovar que a imagem não pertencia ao candidato e que servia de arma de campanha. Mas o movimento Comprova — que junta 24 meios de comunicação social brasileiros que analisam a veracidade das notícias da campanha eleitoral — concluiu que, afinal, a imagem é verdadeira.

O candidato foi atacado na cidade de Juiz de Fora, foi imediatamente socorrido e submetido a uma intervenção cirúrgica de urgência. Só depois foi transferido para o hospital Albert Einstein. Sexta-feira o senador Magno Malta fez um vídeo com a vítima no hospital e publicou nas redes sociais. Mostrava que Bolsonaro ainda tinha alguma dificuldade em falar e que estava a recuperar lentamente. No dia seguinte, o senador publicou no Twitter uma imagem da cicatriz do candidato em que, entre outras palavras, dizia “Força meu irmão”. Revelava a imagem da barriga do candidato com um golpe de cima a baixo e com uma bolsa plástica acoplada ao corpo, como descreve a Folha de São Paulo.

A sequência de imagens e informações sobre o estado de saúde do candidato nas redes sociais levou vários leitores a questionarem se havia necessidade, se não seria uma arma de arremesso para a campanha eleitoral e se, de facto, a imagem da cicatriz era mesmo verdadeira. Houve até quem afirmasse que esta imagem da cicatriz tinha sido adulterada de uma outra encontrada no Google.

Os jornalistas que analisaram a imagem e que a compararam com outras fotografias e vídeos do candidato, feitas no hospital onde ainda se encontra internado, concluíram que o padrão da bata que o candidato usa, assim como os lençóis e a disposição dos aparelhos médicos no quarto são os mesmos em todas as imagens. Foi ainda contactado um cirurgião que disse que a sutura coincidia com a agressão sofrida — e que era normal ter uma bolsa plástica acoplada após a operação.

Alguns leitores que levantaram dúvidas relativamente à veracidade da imagem até mostraram uma imagem retirada do Google, na tentativa de provar a manipulação da fotografia do candidato, mas os jornalistas descobriam nas prioridades da imagem que a de Bolsonaro tinha sido captada neste mês de setembro de 2018, enquanto a outra imagem tinha sido criada em 2007.

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