O tufão Mangkhut, a tempestade mais forte deste ano, já provocou mais de uma centena de mortos e há registo de 64 feridos nas Filipinas, onde 43 pessoas foram encontradas esta segunda-feira, incluindo mineiros que estavam soterrados pela lama. A província mais afetada pelo tufão foi Benguet, no norte do país, com 38 vítimas mortais provocadas por deslizamento de terras. O número de desaparecidos nesta região ascende a 27.

O diretor-geral da Polícia Nacional das Filipinas, Oscar Albayalde, disse à Associated Press que 20 pessoas morreram na região montanhosa de Cordillera, quatro na vizinha província de New Vizcaya e outra numa outra regiões. Três mortes foram registadas no nordeste da província de Cagayan, onde o tufão atingiu o país antes do amanhecer de sábado.

Entre as vítimas mortais está uma criança de dois anos, que morreu com os seus pais depois de o casal se ter recusado a abandonar imediatamente a sua comunidade na cidade de Nueva Vizcaya, disse Francis Tolentino, assessor do presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte.

Na província chinesa de Guangdong, onde 2,4 milhões de pessoas tiveram de evacuar as casas, foram registados quatro mortos, segundo informações avançadas, esta segunda-feira, pela televisão estatal chinesa. A região no sul do país — muito populada — foi afetada pelo tufão durante a tarde de domingo, depois de este ter passado a cerca de 100 quilómetros de Hong Kong, onde os ventos fortes provocaram a queda de árvores, telhados e de uma grua junto a um arranha-céus em obras.

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A tempestade chegou à cidade de Haiyan, em Guangdong, pelas cinco da tarde (10h em Lisboa), a cerca de 50 quilómetros de Macau, segundo o centro meteorológico chinês, citado pela CNN. O vento chegou aos 160 quilómetros quilómetros por hora, e 50 mil barcos receberam instruções para voltarem aos portos.

As imagens e vídeos do caos provocado pela passagem do tufão Mangkhut

Há duas centrais nucleares no caminho de Mangkhut

Há duas centrais nucleares na trajetória do Mangkhut — a de Taishan e de Yangjiang, ambas localizadas em Guangdong. Estas garantem, contudo, estarem preparadas para enfrentarem o pior tufão do ano, refere o South China Morning Post.

Numa publicação na na rede social WeChat (uma espécie de Facebook chinês), central nuclear de Taishan referiu que as autoridade discutiram a melhor forma de lidar com a tempestade que se aproximava e que trabalhadores especializados conduziram investigações de segurança.

Na última conferência de imprensa, as autoridades de Macau disseram ter criado um mecanismo de troca de informações sobre a situação nas centrais com as autoridades de Guangdong.

Tufão provoca perturbações nos voos na China, Macau e Hong Kong

Perto de 900 voos foram adiados ou cancelados em Hong Kong devido ao tufão severo Mangkhut, que se aproxima da costa oeste de Guangdong com ventos até 173 quilómetros por hora, noticiou um jornal local. De acordo com o South China Morning Post, pelo menos 543 voos programados para este domingo foram cancelados, afetando cerca de 96.000 passageiros. No total, as autoridades do aeroporto internacional de Hong Kong dão conta de 889 voos adiados ou cancelados devido à proximidade deste tufão, considerado o maior do ano, indicou o mesmo jornal.

No território vizinho, Macau, placa de estacionamento do Aeroporto Internacional de Macau começou a ficar submersa devido às condições climáticas e todos os voos previstos para este domingo foram cancelados.

Nas províncias chinesas de Guangdong e Hainan, centenas de voos foram cancelados e todos os serviços ferroviários de alta velocidade e alguns normais também foram interrompidos no domingo, informou a China Railway Guangzhou Group Co.. Na província de Fujian, dezenas de milhares de barcos de pesca regressaram ao porto e as obras de construção pararam. A cidade de Shenzhen também cancelou todos os voos entre domingo e segunda-feira de manhã. A Hainan Airlines cancelou 234 voos nas cidades de Haikou, Sanya, Guangzhou, Shenzhen e Zhuhai, programados para este fim de semana.

Hong Kong também emitiu alerta máximo de tempestade

O Observatório de Hong Kong, à semelhança dos Serviços Meteorológicos de Macau (SMG), também emitiu este domingo o sinal 10 de tempestade tropical, o máximo no nível de alerta, devido à previsão de chuvas fortes, inundações e rajadas de vento de grande intensidade. As autoridades previam uma subida do nível das águas de 3,5 metros ou mais e alertaram a população para as “graves inundações nas zonas baixas”, lê-se no site do Observatório.

Os transportes foram suspensos, com o serviço de meteorologia de Hong Kong a registar ventos de 173 quilómetros por hora (com rajadas de até 223 quilómetros por hora), mais fortes do que aqueles provocados pelo furacão Florence na Carolina do Norte durante o fim de semana, refere a CNN. Até ao momento não existe notícia de mortos na cidade, habituada às tempestades tropicais.

Entretanto, no domingo à noite, as autoridades de Macau baixaram de 8 para 3 o alerta de tempestade tropical, enquanto o tufão se afastava gradualmente do território. As autoridades preveem também a redução da intensidade do vento nas próximas horas.

Macau atualiza balanço para 17 feridos. Não há portugueses entre as vítimas

O número de feridos em Macau, região afetada pelo tufão Mangkhut durante a madrugada deste domingo, subiu para 17. Um indivíduo de 87 anos está em estado grave, enquanto a situação clínica de seis pessoas é apontada como moderada. As outras dez apresentam apenas ferimentos ligeiros. Os feridos foram assistidos devido a cortes e fraturas e quatro permanecem em observação no hospital.

As vítimas têm entre 3 e 87 anos, 12 são homens e cinco mulheres. Sofreram sobretudo cortes e fraturas e a maioria já teve alta hospitalar. Apenas quatro permanecem em observação. A maioria é residente na região autónoma, mas há dois feridos que vivem no interior da China. A Lusa contactou às 21h (14h em Lisboa) o consulado-geral de Portugal em Macau e em Hong Kong, que referiu não haver registo de portugueses entre as vítimas nestes dois territórios.

As autoridades registaram 182 incidentes até às 19h deste domingo (12h em Lisboa). A maioria dos casos assinalados pelo Centro de Operações da Proteção Civil diz respeito a queda de placards, toldos, janelas e outros objetos. Danos em prédios em construção, quedas de árvores, andaimes e outros objetos também foram assinalados. Por outro lado, o Corpo de Polícia de Segurança Pública dá conta de 27 infrações cometidas por taxistas, entre as quais 15 de cobrança excessiva de tarifa. Para já foram reportados sete casos de inundações, uma das grandes preocupações das autoridades de Macau.

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As chuvas torrenciais e ventos ciclónicos provocados pela tempestade tropical causaram também cortes na eletricidade e nas comunicações em vários dos locais afetados. Segundo o Instituto para os Assuntos Cívicos de Macau, a suspensão de energia elétrica determinou o encerramento do local de encontro para evacuação de emergência no Mercado da Praia do Manduco, não existindo residentes dentro das instalações, ressalvou aquela entidade.

A suspensão do abastecimento de energia elétrica em algumas zonas está a afetar 20 mil clientes em zonas que incluem a Praia do Manduco, a Rua do Almirante Sérgio, a Avenida Almeida Ribeiro, a Rua Ribeira do Patane, o Porto Interior e a Doca do Lam Mau. “impacto grave” do tufão já levou o chefe do Governo de Macau a emitir um despacho no qual se determina o encerramento de todos os serviços públicos na segunda-feira, com exceção daqueles integrados na estrutura da Proteção Civil e de representação exterior. Todas as instituições de ensino superior em Macau também suspenderam a sua atividade no domingo.

Perto de seis mil pessoas foram retiradas das suas casas, no seguimento do plano de evacuação das zonas baixas da cidade, efetuado a partir das 21h de sábado. De acordo com as últimas informações do Instituto de Ação Social (IAS), 777 pessoas recorreram até às 8h30 (1h30 em Lisboa) aos 16 centros de abrigo com espaço para mais de 24 mil pessoas.

Macau: reduzido para 3 alerta de tempestade tropical

As autoridades de Macau baixaram de 8 para 3 o alerta de tempestade tropical, enquanto o Mangkhut se afasta gradualmente do território, e preveem a redução da intensidade do vento nas próximas horas. A redução do sinal ocorreu às 4h de segunda-feira (21h de domingo em Lisboa), com uma previsão de ventos entre os 41 e 62 quilómetros por hora e rajadas de cerca de 110 quilómetros por hora. As autoridades alertam para o facto de, nas pontes, o vento poder atingir um nível forte com rajadas e recomendaram cuidados redobrados aos condutores.

Os Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) de Macau aumentaram, este domingo, pelas 11h (4h em Lisboa), o sinal 10 de tempestade tropical, o máximo na escala de alerta, com a aproximação do tufão Mangkhut. Este sinal esteve em vigor durante nove horas, mas foi reduzido para 8 à medida que o Mangkhut começou a afastar-se gradualmente do território. Agora, que o Mangkhut se encontra a a cerca de 430 quilómetros a oeste de Macau, os serviços de metereologia consideraram não ser necessário manter um nível alto de alerta.

Esta foi a terceira vez que as autoridades içam o sinal máximo de tempestade tropical em 19 anos. A 23 de agosto do ano passado, o Hato, o pior dos últimos 53 anos a atingir Macau, causou dez mortos, mais de 240 feridos e prejuízos avaliados em 1,3 mil milhões de euros.

Depois de ter sido hasteado o sinal 9, às 9h (2h em Lisboa), o tabuleiro inferior da Ponte Sai Van, a última ligação possível entre a península de Macau e a Taipa, foi encerrado. Assim, as três pontes (Nobre de Carvalho, Amizade, Flor de Lótus e Sai Van) estão intransitáveis. De igual modo, foram encerrados os 15 autossilos das zonas baixas, informou ao início da manhã a Direção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT).

No sábado à noite, o chefe do Executivo agradeceu às seis operadoras de jogo a suspensão do funcionamento dos casinos para assegurar a segurança de trabalhadores e visitantes, uma decisão que “considerou muito rara e de extrema importância”, segundo um comunicado. De acordo com a imprensa local, todos os casinos encerraram as atividades a partir das 23 horas de sábado.

Operações de limpeza arrancaram em Macau

As operações de limpeza e a contabilização dos prejuízos arrancaram em Macau logo pela madrugada de segunda-feira, assim que a pior tempestade do ano, o tufão Mangkhuto, se começou a afastar gradualmente do território. Ao amanhecer, o tufão, que fez mais de uma centena de mortos à passagem pelas Filipinas e China continental, obrigou as autoridades de Macau a emitirem os sinais máximos de alertas e deixou marcas visíveis do seu impacto no território.

Comerciantes e moradores das zonas baixas da península de Macau procediam esta manhã à limpeza dos estabelecimentos e das habitações, à retirada de sacos de areia colocados à entrada das portas, ao mesmo tempo que faziam um primeiro balanço dos prejuízos causados.

Na rua, amontoava-se o recheio das casas e do comércio local, boa parte dele pronto para seguir para o lixo que se amontoou nas artérias da cidade, apesar do esforço das autoridades em criar pontos adicionais de recolha. Árvores derrubadas, andaimes destruídos, queda de placares e reclamos e deslizamento de terras foram alguns dos quase 500 incidentes registados pelas autoridades durante o fim de semana.

Esta segunda-feira as escolas e os serviços públicos encerraram, mas os transportes começaram a funcionar logo pela manhã, apesar de alguns troços se encontrarem cortados, ao mesmo tempo que as autoridades procediam ao restabelecimento de energia elétrica em alguns pontos da cidade.

As autoridades de Macau anunciaram esta segunda-feira a reabertura das pontes que ligam a península à ilha da Taipa e o reinício das ligações marítimas e aéreas. Com o afastamento gradual do Mangkhut, por volta das 4h (21h de domingo em Lisboa), hora em que foi içado o sinal 3, as três pontes que ligam Macau e a Taipa foram reabertas ao trânsito, indicou o Centro de Operações de Proteção Civil (COPC). Pelas 8h (1h em Lisboa), abriram todos os casinos de Macau, encerrados desde as 23h de sábado. Já a primeira ligação marítima para Hong Kong realizou-se às 09h30 (02h30 em Lisboa), segundo o COPC.

Em Macau, em plena madrugada, pelas 3h (20h em Lisboa), 1331 pessoas encontravam-se abrigadas em 16 centros de abrigo.

Mais de 600 estradas bloqueadas em Hong Kong após passagem do tufão Mangkhut

Mais de 600 estradas estão bloqueadas em Hong Kong devido aos destroços provocados pela passagem do tufão Mangkhut, no domingo, que deixou mais de 200 feridos naquele território, noticiou esta segunda-feira um jornal local.

De acordo com o South China Morning Post, centenas de estradas encontravam-se esta manhã cortadas ao trânsito, devido a inundações e à queda de árvores. As principais companhias de autocarros anunciaram também a suspensão da maior parte dos serviços.

Depois de devastar o norte das Filipinas, onde provocou pelo menos 65 mortos, segundo o último balanço oficial, o Mangkhut atravessou o mar do Sul da China no domingo, atingindo a China continental e as regiões administrativas especiais de Hong Kong e de Macau.

Durante várias horas, tanto Macau como Honk Kong estiverem sob o sinal 10 de tempestade tropical, o máximo na escala de alerta. Em Macau, o último balanço aponta para 17 feridos. Em Hong Kong, o governo local descreveu os danos como “sérios e importantes”, de acordo com a agência France-Presse (AFP), que refere mais de 300 feridos.

Assim que os ventos diminuíram, no domingo à noite, a proteção civil iniciou os trabalhos de limpeza nas ruas. Em vários pontos da antiga colónia britânica podia ouvir-se o som de motosserras a cortarem árvores, escreve a AFP. A grande limpeza intensificou-se esta segunda-feira, pela madrugada, enquanto milhares de pessoas se esforçavam para regressar ao trabalho. Algumas áreas do território foram atingidas por deslizamentos de terra e inundações, ao passo que as rajadas de vento de 230 quilómetros chegaram a fazer tremer arranha-céus. Na região vizinha, em Macau, e pela primeira vez na história, os 42 casinos estiverem encerrados durante a tempestade tropical.

O sul da China continental continua esta segunda-feira a ser atingido por chuva e ventos fortes, com o Mangkhut a atravessar a região autónoma de Guangxi, em direção à província de Yunnan, no sudoeste do país.

Autoridades de Macau suspendem todos os alertas de tempestade tropical

As autoridades de Macau suspenderam esta segunda-feira, pelas 18h (11h em Lisboa), todos os sinais de alerta de tempestade tropical, num momento em que o tufão Mangkhut se encontra a cerca de 740 quilómetros do território.

No domingo, o sinal 10 de tempestade tropical, o máximo de uma escala com 1, 3, 8 e 9, esteve em vigor durante nove horas, o mais longo período registado desde 1968. As autoridades já tinham cancelado às 23h de domingo (16h em Lisboa) os alertas de “storm surge” (maré de tempestade).

O balanço provisório regista 17 feridos, um deles em estado grave, em resultado da passagem da pior tempestade do ano, que está a enfraquecer depois de ter atingido terra na China continental.

Esta segunda-feira, em conferência de imprensa, o Secretário para a Segurança de Macau defendeu que a este ano foi possível minimizar perdas e prejuízos sobretudo devido à cooperação entre as entidades ligadas à proteção civil e à consciência dos residentes, já que “a maioria dos cidadãos obedeceu às ordens de evacuação”. Wong Sio Chak disse que “os resultados relativamente satisfatórios (…) resultam do contributo dos diversos serviços do Governo” de Macau e do “aumento de consciência de proteção civil de toda a sociedade”.

O Secretário para a Segurança salientou ainda o facto de as operadoras e o jogo terem suspendido a sua atividade no momento crítico da passagem do tufão, o que permitiu “garantir a segurança de vida do pessoal” e “evitar a pressão de trabalho das forças policiais”.

O responsável destacou ainda a articulação com os serviços dos postos fronteiriços, de maneira a assegurar a proteção dos cidadãos e turistas, bem como a decisão de suspender as aulas nas escolas e dispensar o serviço dos funcionários públicos enquanto decorriam os trabalhos de limpeza e remoção de detritos como fundamentais.

“Alguns residentes das zonas baixas recusaram a evacuar as casas em situação de crise”, lamentou Wong Sio Chak, sublinhando que esse facto não colocou apenas em perigo a própria vida das pessoas, mas igualmente das forças de segurança, provocando ainda demora na resposta na prestação de outros trabalhos de socorro.

Até às 18h locais (11h em Lisboa), foram registados 573 incidentes em Macau, segundo o Centro de Operações da Proteção Civil (COPC). Em comunicado, o COPC indicou que a maioria dos casos diz respeito à queda de reclamos, toldos, janelas e outros objetos (255), danos em construção (61), queda de árvores (58), queda de andaimes (24), inundações (26), suspensão/queda de cabos de eletricidade (20), deslizamento de terras (2), incidentes na via pública (6) e incidentes marítimos (2). Ainda segundo o COPC, foram registados, nas últimas 24 horas, 31 casos de cobrança excessiva de tarifa por parte de taxistas, 11 casos de recusa de transporte e dois casos de exploração ilícita do serviço de táxi.

O dia de hoje ficou marcado pela reabertura das pontes que ligam a península à ilha da Taipa e o reinício das ligações marítimas e aéreas. Pelas 08h locais (01h em Lisboa), abriram todos os casinos de Macau, encerrados desde as 23h de sábado. Já a primeira ligação marítima para Hong Kong realizou-se às 09h30 (02h30 em Lisboa), também segundo o COPC. Também os voos de e para Macau foram “retomados gradualmente” durante o dia, de acordo com a página do aeroporto.