A Lusa vai reforçar a aposta nos países lusófonos, estando a negociar, com órgãos de comunicação social de Angola e de Moçambique, a cobrança dos seus serviços em moedas locais para evitar problemas com divisas. “A mais-valia da agência está nos países que falam português em África e podemos ter aí um aumento das receitas próprias da Lusa. A minha ideia, para facilitar este tipo de operações, é negociar com os parceiros de comunicação social que o serviço comece a ser cobrado em moedas locais”, disse o presidente do Conselho de Administração da Lusa, Nicolau Santos.

Falando na comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, o responsável reconheceu que “as dificuldades de pagamento são grandes”, nomeadamente em países como Angola e Moçambique, pelo que tal opção irá “evitar problemas com divisas”.

Nicolau Santos assegurou que “o dinheiro que a agência fizer aí será para desenvolver a sua atividade”, nomeadamente estendendo a outras cidades, além das principais, a cobertura da Lusa, mas também aumentando a produção em vídeo.

“Queremos aproveitar a nossa produção noticiosa de texto e vídeo em África, mas também traduzi-la e legendá-la em inglês”, indicou.

O presidente da Lusa adiantou também que a empresa vai reforçar a aposta em Macau, desde logo contratando uma pessoa bilíngue.

“Ainda não temos ninguém bilíngue e isso é uma fragilidade, apesar de sermos a única agência no país”, justificou.

Nicolau Santos admitiu que tal aposta também se relaciona com “contratos financeiros interessantes” para a agência, mas vincou que a Lusa quer demonstrar que “está para ficar e vai continuar a investir” em Macau. Aludindo aos recursos humanos da agência, tanto a nível nacional como internacional, o responsável deu conta da recente contratação de 27 jornalistas para vários pontos do país e do mundo, medida que teve o aval do Ministério das Finanças.

“A rede nacional de correspondentes ficou muito desgastada com a crise, com alguns contratos cortados. Isto foi finalmente resolvido”, afirmou Nicolau Santos.

A nível internacional, “havia postos que tínhamos de ter”. Em “alguns estávamos obrigados, pelo contrato com o Estado, a estar presentes e não estávamos, e [em] outros consideramos importante estar”, adiantou. Além destas, vão ser contratadas nove pessoas para a sede da Lusa, em Lisboa, de acordo com o responsável. Outra das apostas da nova administração foi ainda a de aumentar o número de tradutores, “em mais duas pessoas”, o que permite incrementar a produção da Lusa em inglês, disse ainda Nicolau Santos.

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