Em Littleton, no Colorado, há um concessionário Jaguar paredes-meias com outro da Tesla. Ambos possuem negócios de pouco volume e grandes margens (e preços), pelo que o número de clientes dentro do stand de vendas nunca é assustador. Nem o número de carros novos que ali chegam, para serem entregues aos seus donos, apesar da marca americana vender substancialmente mais nos EUA do que a sua rival britânica.

Sucede que, esta semana, a Tesla está a fazer um esforço para entregar o máximo de veículos, especialmente Model 3. Isto porque Elon Musk, o seu CEO, prometeu um novo recorde de vendas e, mais do que isso, um volume de facturação que lhe permitisse fechar o trimestre com lucros operacionais. Para o conseguir, o fabricante de veículos eléctricos negociou com clientes que iriam receber o 3 que encomendaram – por exemplo, vermelho com interiores pretos – dentro de uns meses, se o queriam receber já, mas azul. Estratégia que, aparentemente, tem tido bastante sucesso.

Noutros casos, foram as recargas gratuitas (exclusivas do Model S e X) a fazer com que clientes que encomendaram um 3 mais barato, com apenas tracção atrás, optassem por receber agora um Long Range com dois motores, com a marca a recorrer à sua legião de fãs, já clientes, para agilizar as entregas. Foi-lhes pedido que se dirigissem aos concessionários e ajudassem a explicar aos novos donos como funciona o carro e o sistema de carregamentos, uma vez que não havia vendedores que conseguissem lidar com o pico de modelos para entregar aos novos compradores.

Quem não parecia perceber onde é que o pequeno concessionário da Tesla iria enfiar tantos carros novos eram os responsáveis da Jaguar, na porta ao lado. A ponto de interrogarem os vizinhos, com tantos camiões a descarregar continuamente Model 3 novos, onde é que os iriam guardar. A resposta dos vendedores da Tesla não se fez esperar: “eles não vão ficar”.

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