O dirigente da Federação dos Sindicatos da Administração Pública (FESAP) reafirmou esta quinta-feira que se o Governo não avançar com aumentos salariais que dignifiquem os trabalhadores vai partir para a greve.
“Não queremos cinco euros porque achamos que é ridículo, mas um aumento que dignifique os trabalhadores”, sublinhou o dirigente da FESAP, José Abraão, à saída de uma reunião no Ministério das Finanças, em Lisboa, sobre Orçamento do Estado para 2019 (OE2019).
“Se não houver aumentos salariais com alguma forma de dignificar os trabalhadores resta-nos o que é mais natural e, como tenho dito, um dia de greve será pouco”, reforçou o sindicalista.
Segundo José Abraão, os resultados da reunião desta quinta-feira foram “praticamente nenhuns”, uma vez que se mantêm “alguns constrangimentos” para a administração pública em 2019.
“Mais uma vez vamos ter em 2019 uma normalidade gradual que é para nós inaceitável”, disse, referindo-se à proposta do Governo sobre novo faseamento das progressões no próximo ano.
O dirigente da FESAP contou que na reunião foi dada a garantia de que o Governo iria apresentar na próxima semana “um conjunto de propostas que pudesse chegar a todos os trabalhadores, desde a questão das opções gestionárias [progressões por opção dos dirigentes] até à questão dos aumentos salariais”.
A próxima reunião está marcada para quarta-feira, dia 10.
A FESAP reclama aumentos de 3,5% para todos os trabalhadores da administração pública.
“Acho que o Governo percebeu e que vai com certeza acomodar as condições para que, de algum modo, para o próximo ano possa haver um aumento salarial que possa abranger todos os trabalhadores”, acrescentou.
As três estruturas sindicais da administração pública — Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE), Frente Comum e FESAP – foram recebidas esta tarde no Ministério das Finanças para discutir o OE2019.