O Presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, criticou na terça-feira a crescente condenação global da Arábia Saudita, a propósito do desaparecimento do jornalista Jamal Khashoggi no consulado deste país em Istambul.
Em entrevista à agência noticiosa The Associated Press, Trump afirmou: “Aqui vamos nós outra vez com o ‘você é culpado até prova em contrário'”. Desta maneira, estava a comparar esta situação com as acusações de ataque sexual feitas contra o agora juiz do Supremo Tribunal norte-americano, Brett Kavanaugh, durante o seu processo de confirmação no Senado.
Trump afirmou que o rei saudita Salman e o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman negaram que sabiam o que tinha acontecido a Khashoggi quando entrou no consulado no início deste mês. Khashoggi, um crítico do regime, nunca mais foi visto.
Trump explicou ainda que os seus comentários sobre a possibilidade de Khashoggi ter sido morto por assassinos por conta própria se deveram à sua “impressão” depois de ter falado com o rei saudita. Por sua vez, o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, disse na terça-feira que a Arábia Saudita fez um “compromisso sério” para responsabilizar líderes e dirigentes neste caso.
Mike Pompeo esteve na Arábia Saudita para reunir com o príncipe herdeiro. Fez aquela declaração depois de encontros com a liderança saudita, adiantando que Mohammed bin Salman tornou a negar qualquer conhecimento do que aconteceu a Khashoggi no consulado.
Fontes turcas já avançaram que existem provas que o jornalista, que escrevia para o The Washington Post, foi assassinado e desmembrado no consulado. Os sauditas já classificaram as alegações como não tendo bases. Pompeo adiantou, em comunicado, que os sauditas admitiram que aconteceu alguma coisa a Khashoggi, mas não foram específicos.