Marcel Keizer foi esta segunda-feira apresentado enquanto novo treinador do Sporting. O holandês, que até agora orientava o Al Jazira do Emirados Árabes Unidos, chegou a Portugal este domingo e esteve em Alvalade a assistir à vitória caseira dos leões frente ao Desp. Chaves (2-1). Keizer assinou contrato por duas temporadas e meia, válido até 30 de junho de 2021. “Vi o jogo ontem, vi os jogadores com muito espírito e muita energia, o que me agradou. Por isso, a primeira impressão é muito boa”, afirmou.

“As pessoas receberam-me bem, por isso, estou a gostar. O espírito e a energia foram fantásticos. A equipa jogou bem mas claro que há por onde melhorar e queremos melhorar um bocadinho. Mas a energia da equipa foi muito boa”, explicou o novo treinador leonino, que substitui assim José Peseiro, despedido após a derrota em casa com o Estoril (1-2), em jogo a contar para a Taça da Liga. Sobre o desafio, Marcel Keizer garante que é “grande”, mas não revela se é “o maior”.

“Quando olho para o clube e para a cidade de Lisboa, penso que sim, claro que é um grande desafio para mim. Mas o Ajax também foi um grande desafio. Mas sim, claro que é um grande desafio para mim”, disse o holandês de 49 anos. Sobre a sua ideia de jogo – que já foi associada ao típico “Futebol Total” holandês, criado e aplicado por Johan Cruyff e pelo tio do treinador, Piet Keizer -, o técnico explica que as suas equipas “jogam com energia e com espírito”. “Jogam tal como vi ontem. Vi outros jogos na semana passada, gostei da equipa, gostei dos jogadores. Ao clube, espero acrescentar alguma coisa enquanto treinador. Diria que tenho uma filosofia atacante mas também com alta pressão defensiva”, avançou Marcel Keizer.

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“Quando um clube como o Sporting quer falar contigo, bem, ficas honrado e eu respondi. Continuei a falar com o clube, com o presidente, e daí em diante continuámos, até estarmos aqui sentados. É assim o futebol”, atirou o holandês. Quanto a títulos, foi direto: “Claro que quando treinas um clube como o Sporting queres ganhar títulos. Por agora, quero tornar esta equipa muito forte. Estou muito contente por ver que ganharam os últimos jogos e, claro, o empate com o Arsenal. Primeiro, queremos jogar bom futebol. E depois vamos ver o que acontece”.

O novo treinador do Sporting foi ainda questionado sobre o período conturbado que o clube atravessou no verão e se isso não teve qualquer influência na decisão de aceitar o convite dos leões. Contudo, a pergunta foi interrompida pelo responsável pela comunicação do Sporting, com a justificação de que “Marcel Keizer não estava no clube nessa altura”.

Antes de passar a palavra ao novo treinador leonino, Frederico Varandas fez ainda uma breve declaração aos jornalistas. No dia seguinte à detenção do ex-presidente destituído Bruno de Carvalho (e de Nuno Mendes, ‘Mustafá’, líder da Juventude Leonina) e numa altura de nova instabilidade junto do clube, o presidente do Sporting garantiu que está “a arrumar a casa desde dia 8 de setembro”.

“Já arrumámos muita coisa mas ainda falta muito para arrumar. Na Academia já começámos, departamento médico, departamento de scouting e agora equipa técnica, equipa profissional. Mais valiosos recursos humanos chegarão até janeiro e e estimamos que em janeiro teremos a casa arrumada. Um agradecimento a todas as equipas técnicas que serviram o Sporting desde a pré-época, com um especial agradecimento ao mister José Peseiro e ao Tiago Fernandes por tudo o que fizeram”, disse o presidente do clube de Alvalade.

Marcel Keizer esteve este domingo em Alvalade a assistir ao Sporting-Desp. Chaves

Sobre a restante equipa técnica que vai acompanhar Marcel Keizer, Varandas adiantou que “não é necessário fazer perguntas sobre isso” porque “tal como a escolha do treinador”, está a ser pensada e vai estar “fechada nos próximos dias”. “Desde o dia 8 de setembro que esta direção decide em função do que é melhor para o Sporting. Não decide em função do que é popular ou do que possa dar algum conforto. A escolha deste treinador assenta nestes princípios, não escolhemos em função na nacionalidade ou de um nome”, garantiu o presidente verde e branco, para depois justificar a escolha de Marcel Keizer com quatro argumentos.

“Para mim, de uma forma simplificada, um treinador deve ser avaliado por quatro parâmetros: competência técnica e tática, liderança, gestão do grupo e comunicação. Keizer é um treinador jovem, ambicioso, apaixonado pelo que faz, sem medo de apostar nos jovens e que procura ter sempre um cunho muito próprio nas suas equipas: futebol atrativo e dominador”, acrescentou Frederico Varandas.