A economia portuguesa cresceu 0,3% no terceiro trimestre do ano, metade do ritmo de crescimento registado no trimestre anterior, indicou esta quarta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE), que explicou que as exportações estão a cair mais do que as importações, e que o aumento do consumo privado e do investimento a não chegaram para suster esta queda. Em comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, a economia cresceu 2,1%, abaixo dos 2,4% que havia crescido no segundo trimestre deste ano.
No segundo trimestre destes ano a economia até tinha dado sinais de mais vigor. Apesar da forte desaceleração do início do ano, a economia estava a crescer mais no segundo trimestre. O ritmo de crescimento ainda não era muito forte, especialmente em termos homólogos, mas a economia dava sinais de mais algum dinamismo.
Mas no terceiro trimestre, a economia voltou a abrandar, crescendo apenas 0,3%, isto quando se compara com o trimestre imediatamente anterior, altura em que estava a crescer ao dobro do ritmo, ou seja, 0,6%. Em termos homólogos, também se regista um abrandamento, para o ritmo mais baixo desde o segundo trimestre de 2016, nos primeiros meses do atual Governo.
Na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, a economia cresceu 2,1%, abaixo dos 2,4% que se verificaram no segundo trimestre deste ano, o ritmo de crescimento mais baixo desde o período abril-junho de 2016, quando a economia estava a crescer apenas 1,3%.
A explicação estará essencialmente na evolução das exportações, que estão a cair de forma mais acentuada e a prejudicar o crescimento da economia. Apesar de o consumo privado ter acelerado do segundo para o terceiro trimestre, ainda está abaixo do que acontecia no ano passado pela mesma, o que faz com que o ligeiro crescimento do investimento não chegue para evitar o abrandamento que se verifica agora na economia.
Esta é apenas a primeira estimativa para a evolução da economia no terceiro trimestre do ano. No próximo dia 30, o INE vai publicar uma segunda estimativa no destaque das Contas Nacionais Trimestrais do terceiro trimestre de 2018, que pode conter revisões aos números que são apresentados esta quarta-feira, apesar de as revisões serem menos comuns (e de menor dimensão) do que aquelas que acontecem com outros indicadores, como por exemplo o da taxa de desemprego mensal.
Equilíbrio das contas “é o caminho que garante maior resiliência da economia”
Num comunicado em que reage aos números dados a conhecer esta manhã pelo INE, o Ministério das Finanças destaca que apesar do abrandamento a economia continua a crescer a um ritmo mais elevado que a média da União Europeia e da zona euro, o padrão de forte crescimento do emprego e também que houve uma aceleração ligeira do investimento.
Na nota enviada à comunicação social, o gabinete de Mário Centeno lembra ainda que este é o décimo oitavo trimestre consecutivo em que a economia portuguesa está a crescer, tudo isto num contexto de equilíbrio das contas públicas e externas, o caminho que o Governo entende ser a forma de “continuar a assegurar as funções do Estado de forma continuada”.
“Este crescimento ocorre num contexto de equilíbrio das contas externas e de consolidação orçamental. Este é o caminho que garante maior resiliência da economia portuguesa e permite continuar a assegurar as funções do Estado de forma continuada”, diz o comunicado.