José Silvano, o deputado e secretário-geral do PSD que nas últimas semanas esteve debaixo de polémica por causa de duas falsas presenças que foram registadas em seu nome no plenário, insiste que nunca deu a password a colegas para motivos de registo de presenças. Numa entrevista ao Diário de Notícias, diz que o Parlamento deve questionar se quem tem funções de direção partidária deve poder acumular com funções de deputado, já que são dois registos “full-time”, e não tem dúvidas de que a denúncia veio da sua própria bancada. O que o leva a uma conclusão: “Se a guerrilha interna não parar, o PSD nunca poderá ter um resultado positivo”, diz, ilibando Rui Rio de futuras culpas por um desaire eleitoral. “Ele não faz milagres”.

“Se as pessoas começarem a portar-se com sentido da responsabilidade, é verdade o que Rui Rio tem dito. Ou seja, que o PSD poderá disputar, taco a taco, com o Partido Socialista as eleições legislativas de 2019”, diz na entrevista, onde afirma que, apesar de faltarem “provas inequívocas”, “tudo indica que [a denúncia do seu caso] tem a marca de um colega de bancada, para efeitos de guerrilha interna”.

Deputada assume que usou password de Silvano para aceder a documentos: “São todos umas virgens ofendidas numa terra onde não há virgens”

E para que não restassem dúvidas, José Silvano volta a dizer que “é público e notório que o presidente do partido tem sido alvo de uma campanha interna para tentar manchar o seu carácter e impedir a sua afirmação perante os portugueses”. Recusando-se a apontar nomes dos supostos autores dessa guerrilha, o atual secretário-geral do PSD diz que “basta andar pelos corredores da Assembleia, ler alguns jornais ou navegar pelas redes sociais para identificar quem são: um pequeno grupo que nunca aceitou a eleição democrática de Rui Rio”.

Sobre o caso das falsas presenças, Silvano insiste que não deu a password à colega deputada Emília Cerqueira para que ela o registasse indevidamente. E que não “recebeu um euro por ter sido dado como presente nessas duas reuniões”, já que já tinha participado em reuniões parlamentares extra-plenário nesses dois dias em questão. “Ainda mais: num dos dias ela [Emília Cerqueira] entrou mais vezes com a minha password, o que mais prova que a intenção era de consulta e não de marcar presença, que é registada apenas da primeira vez”, diz.

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